sexta-feira, agosto 27, 2010

Senhores despurtados...

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GOVERNICES

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Socratiando saiu do prédio ia apressado

Num tipo de passo atlético, e bem ligeiro

Estavam em causa, as coisas do Estado

Ou não fosse ele dos ministros o primeiro

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Tomou um pequeno-almoço, e saboroso

Sem café, para os seus nervos preservar

Queria estar bem calminho, bem garboso

Quando chegasse a vez, de parlamentar

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E no caminho preparou todos os dossiers

Sabendo o quanto difícil lhe seria a função

Que o aguardava certo opositor santinho

Pouco esperto, do tipo bonequinho cagão

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Entre as folhas e as páginas ia meditando

Nos problemas que lhe dariam outra OPÁ

E que por muita força, e nem se hesitando

Tirava-lhe a vontade de tomar, uma copa

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Tinha chegado já, ao pomposo parlamento

Chatice, que todos teria de cumprimentar

Entre uns sorrisos acolá, e ares de lamento

Até de um secretário licenciado em bajular

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E lá estava uf, o “coelhones”, todo bonecão

Preparado para o tango ou um passo doble

Uqe em socratina opinião era um “macacão”

Arvorando-se como candidato a título nobre

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Eis que toca a pomposa e marcelina sineta

Anunciando sonora que o recreio terminara

Que estavam todos já armados com canetas

E ainda não era chegada a hora de reformar

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Eia que entra “gamasas” em primeiro lugar

Que sabia como mais ninguém daquele ofício

Era distinto, inflexível, jamais se podia negar

Para além de doutorando na gestão do vício

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Com uma boa tarde, senhores, e senhoras

Deu início à sessão, aos profícuos trabalhos

Que já o País se desesperava, e eram horas

De por de lado jogatinas com certos baralhos

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E começa um ministro, com certa exposição

Sobre uma empresa que haviam de proteger

Pede para gastar os impostos a bem da nação

Porque os nossos amigos, não podem perder

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“Caríssimos deputados, tal como seria óbvio

Teremos total apoio dos nossos concidadãos

Aproveitemos o futebol, como se fosse ópio

Para mais uma vez enchermos o rico coirão”

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Palmas, aplausos nas bancadas da oposição

prevendo no disparate grande oportunidade

de sair do galinheiro, tomar o lugar do papão

e dar tachos aos amigalhaços da irmandade

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Não concordamos, diz o jovem “bernadiscos”

Que a empresa é do povo avante camarada

Abaixo a ditadura toca o mesmo vira o disco

Que as massas populares não vão na jogada

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Senhores deputados as varinas são amigas

Não é justo ir até às lotas sem comprar nada

Gastar bilhões nos navios, e “submarinhas”

E agora esconder do povo mais uma golpada

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E entre cochicho aqui, telefonema disfarçado

Lá se foram gastando as horas do Orçamento

Deixando para outro dia “o” assunto adiado

Que discussões ó, davam vida ao parlamento

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Ia intervir o “primeiro” qu’está em tod’a parte

Sabia mais de venda da banha que não dobra

Que um médico já reformado sabe dum enfarte

Não fosse, exímio vendedor de banha da cobra

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Ó senhores deputados, e senhoras deputadas

Nós crescemos bem e acima da média europeia

E com trancas á porta depois da casa roubada

Sem ser preciso “tangar” ao acaso, volta e meia

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Lutámos a favor da destruição do estado social

Perdão meus senhores queria dizer para salvar

Uma conquista da abrilada, num dia sem igual

E vêm vocês, oposição, o zé povão querer lixar

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Estalou a confusão dentro daquela casa de paz

Que o presidente “cavacadas” teve de promulgar

Um diploma que legalizasse, aquele diz que faz

Pois ao povo assim governado, resta-lhe pagar

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Vai da discussão à risota o estado está na tanga

E com os “meninos” a viverem tamanha galhofa

Um dia não tarda vai daí, o zé-povinho se zanga

E pr’a salvar o País só a Padeira de Aljubarrota.



Cito

Iniciado em Lisboa, terminado no Porto

Agosto 2010


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