Sempre fui um menino tímido. Receei toda a minha vida dizer a uma menina, e mais tarde a uma mulher, uma palavra tão simples como... "amo-te" Talvez essa timidez me tenha obrigado a expressar os meus sentimentos pelo silêncio da minha fala, no verde selvagem dos meus olhos, ou na destreza das minhas mãos quando escrevo em poesia o que não sei fazer em prosa.
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O QUE ME AUSENTA
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Talvez porque sinto a saudade apertar Dentro deste peito, um pleno latejar O coração descompassa A febre sobe, e aumenta Um ciúme que não aguenta Dentro malvada dor não passa Fica permanece sóbria no seu lugar Bem fundo, perto, sem se denunciar .
E peso o telefone, pouso o auscultador Prostro-me já sem forças é tanta a dor Tanta a falta do teu sorriso Beijo cálido no teu umbigo Um abraço fugidio e terno O toca-e-foge não te acerto Envio de sinais de luz em cada piscar Que descortino no tremer do teu olhar .
E já quase calmo pela tua voz suave Sentindo nos cabelos brisa que afague Entre risos cúmplices adiantas Quero-te é agora que avanças Meu corpo de arrepio já treme Num sim um não que se teme Receber num imaturo, inseguro telegrama Podia ser, não é, que afinal não me ama .
Cito Porto 17 Agosto 2010
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