quarta-feira, agosto 18, 2010

Por timidez...

Sempre fui um menino tímido. Receei toda a minha vida dizer a uma menina, e mais tarde a uma mulher, uma palavra tão simples como... "amo-te"
Talvez essa timidez me tenha obrigado a expressar os meus sentimentos pelo silêncio da minha fala, no verde selvagem dos meus olhos, ou na destreza das minhas mãos quando escrevo em poesia o que não sei fazer em prosa.

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O QUE ME AUSENTA

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Talvez porque sinto a saudade apertar
Dentro deste peito, um pleno latejar
O coração descompassa
A febre sobe, e aumenta
Um ciúme que não aguenta
Dentro malvada dor não passa
Fica permanece sóbria no seu lugar
Bem fundo, perto, sem se denunciar

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E peso o telefone, pouso o auscultador
Prostro-me já sem forças é tanta a dor
Tanta a falta do teu sorriso
Beijo cálido no teu umbigo
Um abraço fugidio e terno
O toca-e-foge não te acerto
Envio de sinais de luz em cada piscar
Que descortino no tremer do teu olhar

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E já quase calmo pela tua voz suave
Sentindo nos cabelos brisa que afague
Entre risos cúmplices adiantas
Quero-te é agora que avanças
Meu corpo de arrepio já treme
Num sim um não que se teme
Receber num imaturo, inseguro telegrama
Podia ser, não é, que afinal não me ama

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Cito
Porto 17 Agosto 2010


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