segunda-feira, agosto 23, 2010


AINDA NÃO SOU ATEU

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Recebeu-o no regaço e feita cama lavada

Amimou-o limpando a testa, fria e suada

Humana secou o sangue com os cabelos

Sarando chagas com a ponta dos dedos

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Estendeu braços tombou o óleo unguento

Para lavar os pés e as partes sem intento

Num vai e vem em surdina e cantarolando

Uma ode para balsamizar um triste pranto

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Depois cobriu-o com seu corpo já deitada

Blindando-lhe a vida que fora ressuscitada

Mostrando lágrimas de uma agonia prenha

Ao ver o crucifico cor de madeira castanha

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Sem saber que num céu a fria cavalgadura

Insensível à dor e dono da sua investidura

Deus via, Madalena sangrar tão puro amor

Que a Cristo se oferecera casta, sem favor

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E tal como o Caim lhe matara seu filho Abel

Permitiu omnipotente que fermentasse o fel

Que na bíblia ela fosse só uma primeira puta

E a acusassem sem dó de uma livre conduta

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Com a voragem que o tempo mata a história

Adultero as escrituras não aceitando a glória

Esvazio a palavra Deus de qualquer sentido

Em rejeição ao que por ele antes era devido.

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Cito Loio

22 Agosto 2010

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