AINDA NÃO SOU ATEU | |
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Recebeu-o no regaço e feita cama lavada Amimou-o limpando a testa, fria e suada Humana secou o sangue com os cabelos Sarando chagas com a ponta dos dedos . Estendeu braços tombou o óleo unguento Para lavar os pés e as partes sem intento Num vai e vem em surdina e cantarolando Uma ode para balsamizar um triste pranto . Depois cobriu-o com seu corpo já deitada Blindando-lhe a vida que fora ressuscitada Mostrando lágrimas de uma agonia prenha Ao ver o crucifico cor de madeira castanha . Sem saber que num céu a fria cavalgadura Insensível à dor e dono da sua investidura Deus via, Madalena sangrar tão puro amor Que a Cristo se oferecera casta, sem favor . E tal como o Caim lhe matara seu filho Abel Permitiu omnipotente que fermentasse o fel Que na bíblia ela fosse só uma primeira puta E a acusassem sem dó de uma livre conduta . Com a voragem que o tempo mata a história Adultero as escrituras não aceitando a glória Esvazio a palavra Deus de qualquer sentido Em rejeição ao que por ele antes era devido. . Cito Loio 22 Agosto 2010 |
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