Se fosse hoje até era...
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SENHORA DEITORA
Ia num passo elegante, e atravessando a rua
Apressada que fora chamada para pousar nua
Que raio Diabo fizera-a toda ela bem gostosa
E a cosmética que ajudava a ser, muito jeitosa
E Tudo sem excepção parou à sua passagem
Que aquele pedaço, não era só a vã miragem
Que a cabrona do bombom ai era cá um avião
Provocando, nos homens, apertos no colhão
E também sabia que disso fazia o seu negócio
Que idade não comprava nem o tempo de ócio
Nos descontos, para uma miserável reforma
Não dariam para férias e nem podia ser sorna
Assim vestido justo e com insinuante racha
Lá estavam os velhos a imaginar a pachacha
E não se importando se a paga feita por cotas
Ou não viesse carimbado pois só queria notas
Quando de costas a Este, chegou ao passeio
Um velho babado sonhando com seu traseiro
Estatelou-se de bruços, para vós, de queixos
Tendo avançada idade para andar nos eixos
Mas até eu, um santinho mais que conhecido
Fiquei a olhar o monumento todo embevecido
Confesso, arriscando porem as malas à porta
Que aquele mulherão era uma verdadeira orca
Claro se sabia não ser uma habitante do Pólo
Mas convidava a deitar-me no seu fofo colo
E como um bom macho moreno tão do latino
Dei-me a pensar que ali havia dedo do destino
E nenhuma dúvida poderia sequer confundir
Que de ousada tela muitos tiveram que ganir
Pois em dúvida, a matrona era belo exemplar
Dum espécime vivida e que valia a pena amar
Passados anos, e do tempo de tantas mocadas
Imagino como seria usar-se tão fêmea montada
Que não possuía arreios, ferraduras nem sela
A passear-se sumptuosa, pelo colonato da Cela
Trinta e sete ou mais, lá voaram com o tempo
Vagueando altivos, ficaram no esquecimento
Para permitir ver sua cara perfeita a gingar-se
Puta fina em ares de quem sabia comportar-se
Não comparando tempos idos com modernices
Nem justificando um mau gosto com merdices
Digo-vos amigos, meu senhor e minha senhora
Hoje aquela mulher, passaria bem por doutora
Cito,
Carpan, Valbom
24 de Agosto 2010
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