sábado, agosto 06, 2011

Velas na vida...!

JANTAR DE VELA ACESA

Perdão sábio, e prudente jurado
Meu corpo poderá ser julgado!
Mas dir-lhe-ei contudo, sem hesitar
A mente não cessará de voar
Pois podarei as’asas da liberdade
Para que não me cresça a saudade
Depois de soltar pregões ao vento
Fazendo um hino do pensamento

Voarão entretanto os meus escritos
Apaziguado’o temor dos’aflitos
Expurgando demónios e duendes

_ E ao vaguearem por continentes
Instruirão palavras de esperança
Aguardando’à troca, pura bonança


Mas se idos vierem de mãos vazios
Derrotados por seculares heresias
Treiná-los-ei de novo com afinco,
Honrando tudo o que ainda sinto,
No vai e vem, cama elástica
Gizando em cada estrofe fantástica
Bíblia lírica dos poetas pobres
Que se regem por ideias nobres

Vestirão capa em vez de toga
Para banirem da terra suja droga
Q’não faz falta como’alimento;

No olhar do mundo se verá alento
Sorrisos largos sem maldade
Redimida dos males com humildade

Os tratados, feitos com cerimónia
Que sempre resultaram em discórdia
Serão substituídos por canções
Alegres marchas, estas de multidões;
Por fim ‘finado’, e o desta’empresa
Tenham ao jantar a vela acesa
Pratos copos, dois, um pergaminho
E esta obra feita pelo caminho

Cito Loio

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