quarta-feira, agosto 03, 2011

Ir-me-ei em paz!

E tenho um Povo Antigo ainda dentro de mim,

IR-ME-EI SEM PAZ



Deixem-me’abafar certos gritos’alucinantes
Repelir os choros infames dos assassinos
A cada mãe dizer, terá em mim o seu filho
Mesmo que não me tenha podido embalar!

Permitam-me escrever em cor de sangue
Sem me dizerem que o vermelho ofende
Que minha mãe sempre foi de sangue azul;
Tive a seu pedido transfusão à nascença

Mas leiam-me e o que desta minha pena alijo;
Entrelinhas refaço toda a história antiga
Mostrando rios do Império tingido de medo
Q’abandonou quem o serviu sem cor de pele!

Quero ir por ali, caminhos de tanta certeza
Onde encontrarei reinos de refinada coroa,
Montanhas virgens, ladeados vales’esgotados
Onde’os pastores já não têm cajado, ou cão

Mesmo que não me deixem, irei, irei por aí;
Da minha vida s’escreverão contos sem dia
De dia se dirá, doido, pintava a madrugada
Tingindo pergaminhos com a cor da servidão

Farei o trajecto, mesmo que na volta morra,
A morte me ensine como se faz um verso
E em verso contar o q’em vida não se contou;
Sublimado, quando me for dirão; até q’enfim!

Cito Loio

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