quarta-feira, agosto 24, 2011

Merci Mireille, merci!

Porque ela é um dos símbolos da minha adolescência
 .
Que la paix soit sur le monde pour les cent milles ans qui viennent
Donnez-nous mille colombes a tous les soleils levant
Donnez-nous mille colombes et des millions d'hirondelles
Faites un jour que tous les hommes redeviennent des enfants.
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VELEJANDO

 Havemos de voltar, mais não são
Q' palavras magoadas de quem partiu
Pedaços dum todo q’ se’espalharam
Nos trilhos árduos do regresso;
Já o corpo cansado diz não
Que a vontade guardada ruiu
Agarrada às lembranças que ficaram
Coladas aos diplomas do sucesso

Deixam vaguear’a memória, e confusos
Pelas terras do fim da picada
Pintam nos olhos cubatas,
Como vivendas, esquecendo sanzalas
Sem recordações d’antigos abusos
Nem a miséria por muitos engalanada
Rasgadas que foram as actas
Dos crimes feitos em’minúsculas salas

Contudo, foram menos as atrocidades
Que à chegada tiveram de ouvir;
Maior o crime da acusação
Por algo q’ até os próprios ignoravam;
Gasto o tempo, esqueceram vaidades
Dos pais, dos filhos – outro sentir
Para novas rotas duma velha abnegação
Por onde todos antes navegavam

Mudou-se o homem, mudou o tempo
Erguidos estranhos vínculos c’o demónio
Trocaram o calor pelo frio traiçoeiro
Beneficiando novos conquistadores!
E soltaram de novo as velas ao vento
Percebendo o seu esforço inglório
Olharam a última vez à lareira o fumeiro
Reabilitando’antigo sonho de velejadores!

Pela segunda vez na história universal
Abrir-se-á os Lusíadas aos vindouros
Referindo que um povo, amulatado
Um novo sonho a novos povos ofereceu!
Dirão que vindo da sua terra natal
Desconhecido poeta da cor dos mouros
Reescreveu a história, enlutado
Assinando seu nome, tal como assino eu!

Cito Loio

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