Eduardo Lourenço, muito obrigado
Pequeno
enxerto de declarações deste Filósofo e professor.
·
«um
Portugal que, de armas na mão, se conquistou com liberdade. E é o passado dessa
liberdade – quando na sua perspectiva mereceu esse nome – que ele exuma e
exalta». E assim o historiador compreendeu o elo entre os dois Portugais,
procurando conciliar liberalismo com cristianismo. E fê-lo «não por
oportunismo, como a cultura oficial do constitucionalismo o fará, mas porque
tal era a sua visão da história e a exigência do seu individualismo ético». E
Garrett completa esta perspectiva ao pôr Camões no centro da «nova mitologia
pátria, pátria de feitos, sem dúvida, mas pátria de canto, de cultura, sem as
quais a memória deles não existe». Mas não há «qualquer profecia com garantia
providencial», o que existe, sim, é vontade e capacidade de regressar ao
passado como se fosse presente, relendo os acontecimentos de glórias e viajando
na nossa terra, de modo a projectar o futuro. Em vez de D. Sebastião, surge
Camões, com os seus sentidos lírico e épico.
Se me é
permitido, o meu contributo à cultura, pretendendo também ser uma homenagem em
vida a Eduardo Lourenço. Muito obrigado.
À RAZÃO DA MINHA PENA
(Homenageando
Eduardo Lourenço)
Desvalorizo
notícias da minha terra
dizer de meninos
à volta das fogueiras,
sabidas histórias
negras de quitandeiras
estropiadas
numa longínqua guerra.
Não
apregoarei “até que a voz me doa”
exultações
do que só parte deste povo
via
passadouro a um mundo novo…
…de Luanda
às avenidas novas de Lisboa.
Não!, que os
erros meus e a má ventura
cabem-me por
culpa, e ao amor ardente
tudo dei, e
de resto o que aqui presente.
Por tudo
passar, findo-me em clausura
que esta pátria
que canto em poema
não dará
suporte à razão da minha pena.
Cito Loio
12/8/2015
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