sexta-feira, agosto 28, 2015

Dura Memória

DURA MEMÓRIA


Se alguma vez vier a ser Proveniência,
uno o pólo Sul ao pólo Norte, e ajoelhado,
perante a campa rasa de minha mãe
redesenho o Universo traçando barreiras
entre a verdade e a mentira vendida;
_ pego depois, do Poeta sem engenho ou arte
a pena, por preso a um outro amor ardente
que nos meus olhos ninguém o pode ver
e a dura memória o vai extremando na alma.

Bastar-me-á dela a excelsa paciência,
por saber-me libertino e de olhar cegado
ir por outras existências, neutralizar também
os anos, acabados amores em bebedeiras,
misturando a saudade à crença perdida
agarrado a corpos por uma qualquer parte,
e tropeçado em sorrisos ver-me ‘incontente’
findar pelo o novo sonho que voltei a ter
cuidando que me daria na morte a calma.

Pretendido, dei-me sem grilhetas peito aberto
e concluí, crendo ver-me amado pelo que sou,
a honra do comprometimento não bastou.

Basta por ora o silêncio e as noites desperto
para mudar o amanhã que está por vir,
e com infalibilidade, desejado, voltar a servir


Cito Loio
Sem data



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