Dura Memória
DURA MEMÓRIA
Se alguma
vez vier a ser Proveniência,
uno o pólo
Sul ao pólo Norte, e ajoelhado,
perante a
campa rasa de minha mãe
redesenho o
Universo traçando barreiras
entre a
verdade e a mentira vendida;
_ pego depois,
do Poeta sem engenho ou arte
a pena, por
preso a um outro amor ardente
que nos meus
olhos ninguém o pode ver
e a dura
memória o vai extremando na alma.
Bastar-me-á
dela a excelsa paciência,
por saber-me
libertino e de olhar cegado
ir por
outras existências, neutralizar também
os anos,
acabados amores em bebedeiras,
misturando a
saudade à crença perdida
agarrado a
corpos por uma qualquer parte,
e tropeçado
em sorrisos ver-me ‘incontente’
findar pelo o
novo sonho que voltei a ter
cuidando que
me daria na morte a calma.
Pretendido, dei-me
sem grilhetas peito aberto
e concluí, crendo
ver-me amado pelo que sou,
a honra do
comprometimento não bastou.
Basta por
ora o silêncio e as noites desperto
para mudar o
amanhã que está por vir,
e com
infalibilidade, desejado, voltar a servir
Cito Loio
Sem data
Sem comentários:
Enviar um comentário