quarta-feira, novembro 16, 2011

Ó má Fortuna...


O FORTUNA

Saquei um café pela manhã, e li num jornal nacional que a Troika estava aberta a ajustes!
Acho que andam a brincar com o Povo com 9 séculos de história, com os homens que herdaram a memória dos que por obras valerosas se foram da lei da morte libertando e entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram, que um dia a Fé, o Império, e as terras viciosas
de África e de Ási...a andaram de...vastando.
É pela memória de um Povo que se fez grande, hoje atraiçoado espesinhado pelos próprios , que cantando espalharei por toda parte se a tanto me ajudar o engenho e arte.

E peço.....Dai-me uma fúria grande e sonorosa/ E não de agreste avena ou frauta ruda/ Mas de tuba canora e belicosa,/ Que o peito acende e a cor ao gesto muda;/ Dai-me igual canto aos feitos da famosa/ Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;/ Que se espalhe e se cante no universo,/ Se tão sublime preço cabe em verso.

E por Camões, que a meu povo legou a língua, sem fortuna que pague erros meus, vi-me forçado a apagar o MAPA

* 
ERA UM MAPA ARGENTINO

Canoa a catanas talhada a deslizar
por águas carregadas de coisas incógnitas
levando guerreiros de provectas tribos
deixando pela popa um suave ondular

Eram chefes buscavam sustento
inigualáveis donos de tenções, indómitas
tatuagens, feridas, sabiam o perigo
que os acompanhava sem nutrimento!

«Cantavam “ôôô ôôô, ulaul ulaul”
pois habitavam a terra do céu azul
lá para longe, prás bandas do lado sul
...e escutava, “ókipórte ókipórte ókipórte”
seria tudo ouro lá para a banda norte
ou procuravam por melhor sorte?
Mas seu firme e poderosos chimbicar
ia acompanhado dum alegre piar
priu priu– frufru, bater d’ asas no voar!»

Pisquei dum penhasco os olhos ao sagui
lisonjeei a juba do meu leão
acenei ao ar, mas não era um avião.
_ Que tropical passeio se fazia por ali!

E fui crescendo, com a terra c’ as gentes
das armas a defendi, e por elas me perdi
amando nos morros, nas matas vivi
com a liberdade aferrada nos dentes

Igual, subi rios, remei contra a maré
contei rajadas, arremessei granadas
amei nas valetas abertas às gargalhadas
montada guarda – noites q’ fiquei a pé!

Ainda moço, montado gavião a motor
voei pelos céus entre nuvens sem destino
varrendo do mapa um passado argentino
aterrei na sede do império, conheci o rancor.

Cito Loio
* Argentino/brilhante

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