quarta-feira, novembro 02, 2011

A Deus no céu um sorriso complacente...!


Ontem 1º dia de Novembro, fez cinquenta e oito anos que num momento apenas se traçou o caminho sinuoso que iria percorrer até ao dia que se esgotassem as foças e o corpo se prostrasse exangue para sempre. Desde aquele longínquo momento, inventei os minutos com que fui construindo as horas que enfeitam uma história de punições, muitas lágrimas e alguma revolta.

Não guardo em foto o muro das lamentações, valas comuns do holocausto, campa no cemitério ou anúncio de uma missa de 7º dia!

Ao contrário, passeio um nome colado a mim cada vez que respondo quem sou; e sou um ser humano que correu pelos campos da adolescência, escorregou no castanho da juventude, e deitado em fazendas de algodão, contou todas as noites estrelas que formatavam o céu sabendo que desde aquele dia aumentara o número.

Dobrei a meia-idade, e agora mostro a Deus no Céu um Sorriso Complacente, e ao Mundo a Dor em Contos e Poemas.
 *

 ARRANHÕES GROSSEIROS

Quatro patas, correndo solto na picada
Às vezes parando, a olhar para trás;
Mancha em pêlo luzente, cauda arrebitada
Parecia chamar-me – anda, tu és capaz!

_ Au au au, grrr, atira-me esse pau!
Fuça arreganhada, eu fingindo cara de mau

Corria acompanhando o seu hábil trote
Brincadeiras na orla da floresta;
Por distracção, ‘amandava’ pedras à sorte
Q’ a vida era um sempre em festa

Pulávamos enxotando a bicharada
Diversão, vida fácil, merecia ser gozada

Mas voltávamos nem sempre inteiros
Encobrindo, debaixo do pêlo as feridas;
As minhas? Salvas em arranhões grosseiros
Desconhecendo q’ um dia seriam lidas!

Cito Loio
(01-11-2011)

1 comentário:

www.tenisemportugal.com disse...

A amálgama em que nos encontramos, provoca isto, um pedido de desculpas por não me ter lembrado do teu aniversário, mas daí até estares só, desengana-te, estás bem acompanhado, mesmo que por vezes as ausências sejam prolongadas. De ti meu amigo eu não esqueço, nem que faças todas as burradas do mundo, pois já passaste para lá disso há muito tempo.

Um abraço

João Calheiros Lobo

 
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