Até o terraço estremeceu
*
COM O
PEITO OS SECOU
Gritou,
estremeceu até o terraço!
Ajoelhada
via-se o inchaço dos olhos;
_ amaldiçoou
a Deus, jurou vingança
enquanto
amarrotada, na mão
cravadas
unhas, o sangue se misturara
ao cordão
umbilical do filho perdido
Troara a
explosão duma mãe roto o laço
q’ a ligava à
crença; seria nos escolhos
q buscaria a
consolação, e pujança
para q’ sua
alma não pensasse em perdão
quem
impiedoso, uma vida roubara
e com a sua
‘fortuna’ tinha sumido
Aprumada saiu
à rua, foi prostituta
C’ quantos
homens a enfrentaram;
_ seu nome?
Conhecido: era Madalena!
Apelido?
Podia ser Babilónia!
Tinha
largo currículo comprovado
do
criado ao patrão, desde q’ recebesse.
Mestra,
já dona de uma batuta
deitou-se
c’ Pedro, as pedras rolaram
de Tomé, o
Dídimo, não sentiu pena
aos Tiago,
enfeitou-os c’ magnólia
levou Paulo
de Tarso agradecido ao diabo
e
João, talvez a Jesus desobedecesse!
Vindo de Kerioth, abriu-se a Judas
E
ao outro, Tadeu, q’ não era Iscariote;
_
lavou a bacia, em q’ banhou Bartolomeu
ensinou
André usar a rede de pesca
a
Felipe antes d’ acabar em frígia morto,
e o dos
impostos, ‘publicano’ Mateus
Tirou d’
ultra-nacionalistas sem ajudas
o libertador,
Simão Zelote;
_
e João Evangelista, filho de Zebeu!
Por
fim, antes q’ dissesse, não presta
e
caísse na arena que nem tordo
teve
Jesus na cama, vingou-se de Deus.
Lavou
a Cristo os pés, e c’ o peito os secou;
_
o Senhor, encomendou trovões e chorou
inventando
nova palavra: Rameira!
Nas
escrituras, reza ter sido a primeira
Cito
Loio,
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