sexta-feira, novembro 25, 2011

Até o terraço estremeceu


*
COM O PEITO OS SECOU

Gritou, estremeceu até o terraço!
Ajoelhada via-se o inchaço dos olhos;
_ amaldiçoou a Deus, jurou vingança
enquanto amarrotada, na mão
cravadas unhas, o sangue se misturara
ao cordão umbilical do filho perdido

Troara a explosão duma mãe roto o laço
q’ a ligava à crença; seria nos escolhos
q buscaria a consolação, e pujança
para q’ sua alma não pensasse em perdão
quem impiedoso, uma vida roubara
e com a sua ‘fortuna’ tinha sumido

Aprumada saiu à rua, foi prostituta
C’ quantos homens a enfrentaram;
_ seu nome? Conhecido: era Madalena!
Apelido? Podia ser Babilónia!
Tinha largo currículo comprovado
do criado ao patrão, desde q’ recebesse.

Mestra, já dona de uma batuta
deitou-se c’ Pedro, as pedras rolaram
de Tomé, o Dídimo, não sentiu pena
aos Tiago, enfeitou-os  c’ magnólia
levou Paulo de Tarso agradecido ao diabo
e João, talvez a Jesus desobedecesse!

Vindo de Kerioth, abriu-se a Judas
E ao outro, Tadeu, q’ não era Iscariote;
_ lavou a bacia, em q’ banhou Bartolomeu
ensinou André usar a rede de pesca
a Felipe antes d’ acabar em frígia morto,
e o dos impostos, ‘publicano’ Mateus

Tirou d’ ultra-nacionalistas sem ajudas
o libertador, Simão Zelote;
_ e João Evangelista, filho de Zebeu!
Por fim, antes q’ dissesse, não presta
e caísse na arena que nem tordo
teve Jesus na cama, vingou-se de Deus.

Lavou a Cristo os pés, e c’ o peito os secou;
_ o Senhor, encomendou trovões e chorou
inventando nova palavra: Rameira!
Nas escrituras, reza ter sido a primeira

Cito Loio,



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