quinta-feira, setembro 09, 2010

Retrovisor da vida

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Quando escutei o grito do coração, senti requebrar as minhas penas, toda a minha perdição, toda uma Schi que não pude amar e o universo que deixámos de construir.

Depois permiti que este poema destruísse a veleidade de ser poeta, ao ver que a projecção de ser Camões, Bocage, Junqueiro, Castro, era ofuscada pela possibilidade do renascer de uma nova Espanca. E deixei que a voz do silêncio me condenasse à profundeza de um amor que ficou perdido numa fortaleza avarandada à baia da minha perdição.

De olhos postos no meu passado, na vida que incautamente deixei perder, no grito triunfal de Aida, submisso exijo mais encantos e menos recantos onde me esconda, para que possa ler mais notas do paraíso.

Que a tua vida não seja só um poema apagado no apontamento do meu bloco de notas.

Bem-vinda poetiza

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Adolfo Inácio

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UM AMOR EM SILÊNCIO

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By, Maria Oliveira

4 de Setembro 2010

A música toca

o poeta escreve

aquela canção de amor desesperado

inspira o triste solitário escravizado

já nada lhe serve

mas tudo o provoca

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Chega a madrugada ainda negra

cansado fecha os olhos

o sono ainda não chega

puxa uma manta que aconchega

o corpo sofrido por escolhos

mil vezes retalhado na refrega.

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Quantas batalhas travou

o pobre poeta que escreve

sobre tantas mulheres que já amou.

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Agora o dia clareou

chegam os sonhos adormecidos

a caneta escorrega sem sentidos.

1 comentário:

Anónimo disse...

BELO TRABALHO, no todo e nas diferentes partes que o formam. Parabéns

 
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