segunda-feira, julho 11, 2011

Poque o tempo se fez velho...!

POR CÁ ME QUEDAREI!

Cortei resistentes cordas de sisal
Que me prendiam a uma baía já insegura
Rumei sangrando a este Portugal
Antecipando’a idade por demais madura

Lá, deixei a alma ladeada por Acácias
Desde o Colonial à velha Maternidade
Escutando na chegada, falácias
Justificando o que não era verdade

‘Milhares de milhares’ em debandada
Gritos, turbinas de um avião
Balas soando na superfície zincada
Apontando, que frágil é o coração

Agraciado pela intrépida eloquência
Em quadro negro, gizei vida nova
Varrendo toda’ minha inocência
Fechada num baú que se não renova

Trinta, quarenta! – Dói a efemeridade
Cruz de lata em campa rasa
Ao escutar tanta asinina celebridade
Culpada do sonho mudar de casa

Caminhando volta’ dor que s’enfrenta
Revivida novamente a vil traição
Reconhecendo que a morte, lenta
Banira do vocabulário’a palavra’acção

Tomei das cordas a ponta’enegrecida
Desafiei o tempo, que já não regressa
Junto a uma costa, por’ondas, batida
De um Atlântico que me atravessa.

Cito Loio
(Intemporal)

Sem comentários:

 
Web Analytics