terça-feira, julho 26, 2011

De África à sepultura

20:01, liguei o PC para começar a passar para o formato informático um poema que fui construindo desde as 11:00 arrastando-se pela hora da fome, (o almoço que não comi), e um bate bolas nos campos de ténis do Monte Aventino com uma ex atleta e amiga, e digo amiga de verdade, Catarina Almeida, junto a Maria João corrigiram tecnicamente a teoria economicista que está vertida no romance Uma Persiana Na Janela

Dolorosamente, durante 9 horas fui colocando na sebenta um poema difícil, que trespassa as sociedades modernas, e de alguma forma constitui um grito de revolta contra a indiferença daqueles que deviam proteger os mais desfavorecidos.

Fome infantil

Cerca de 5 a 20 milhões de pessoas falecem por ano por causa da fome e muitas delas são crianças. Pelas que morrem diariamente por negligência e interesse dos homens, este Poema é deles.


NATAL NEGRO

Simples, gestos a correr com pena
Escritos, olhar preso no infinito
Retrato de coche sem qualquer rena
D’um Pai Natal sem barbas, aflito

Desespero, dá estrelas por prendas
Retirando-as do céu ainda cintilantes
As mesmas q’embelezaram lendas
Hoje tão actuais como o foram dantes

Mas menino negro não quer ofertas
Apenas água, e que a terra a tome
Longe de gritos falsos de certos poetas

Pois n’agonia, só o vazio consome
Ao regar com lágrimas, valas abertas
Onde logo tombará morto à fome

Cito Loio, 26 Julho 2011

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