Também comemoro...!
Em 1961, Amália cantava POVO QUE LAVAS NO RIO, precisamente o ano em que se iniciava a guerra em Angola.
Meio século depois os africanos continuam a falar a língua de Camões de Amália e de Cito – e Portugal foi vendido, e com ele toda a dignidade de um Povo que se fez grande mas que se deixou enganar por gente sem escrúpulos, corruptos, assassinos, entregando o seu destino a predadores com Rosto.
Hoje, 25 de Abril de 2011 comemora-se mais uma vez o Golpe de Estado que depôs do destino desta Pátria um homem com uma mente brilhante.
O que ganhamos com isso?
Liberdade! Democracia! |
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A liberdade de deixarmos entrar o FMI para dizer que os nossos políticos são incompetentes (e dementes) capazes de atirar para a miséria quem já está às portas do inferno tratando o seu próprio povo como se fosse Lixo.
Democracia, a que sempre tivemos para escolher quem nos representasse e depois se esquecesse do significado de "demo+kratos".
Neste dia, mais uma vez também me associo a essas comemorações da forma que melhor sei fazer.
Quando iniciei este poema chovia; será que voltará a chover no dia 25 de Abril de um ano qualquer. (um dia, quem sabe, verei de novo chover no verão)
VOLTARÁ A CHOVER Ouviram-se tambores, que festança Feijão verde azul, que loucura Ver tanto tipo de camuflado Com a populaça de braço dado Gritando abaixo a dita que é dura Incitando em tourada, à matança _ ‘Prá vossa terra, ‘seus’ retornados Fachos – exploradores – colonialistas até os comééémos ao almoço…! Vozes, copos de cerveja e tremoço Vestidos com fatos às riscas Em Lisboa, com sapatos engraxados E viajei amargurado por outras rotas Que nem contas já sei fazer Triste, por ver ao que o país chegou Deixando passear quem o roubou Exibindo sorrisos bons de ver Quand’acendem charutos com notas E no seu ar circunspect’o Presidente Aceitou ao governo a demissão Abrindo portas ao invasor Que há-d’aos pobres causar mais dor Da que senti na descolonização Sabendo dum povo ‘pá’…tão contente! Mas a vida na perpétua rotação Rodando sobre si orgulhosa Trouxe à luz neste ‘Resgate’ fatal Lembranças passadas dum Portugal Em que alguns, em conspiração ardilosa Compraram-lhe a prestações o caixão Cito Lóio 18 a 20/4/2011 | Pueblo que lavas en el río |
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