segunda-feira, abril 25, 2011

Também comemoro...!

Em 1961, Amália cantava POVO QUE LAVAS NO RIO, precisamente o ano em que se iniciava a guerra em Angola.

Meio século depois os africanos continuam a falar a língua de Camões de Amália e de Cito – e Portugal foi vendido, e com ele toda a dignidade de um Povo que se fez grande mas que se deixou enganar por gente sem escrúpulos, corruptos, assassinos, entregando o seu destino a predadores com Rosto.

Hoje, 25 de Abril de 2011 comemora-se mais uma vez o Golpe de Estado que depôs do destino desta Pátria um homem com uma mente brilhante.

O que ganhamos com isso?

Liberdade!

Democracia!

A liberdade de deixarmos entrar o FMI para dizer que os nossos políticos são incompetentes (e dementes) capazes de atirar para a miséria quem já está às portas do inferno tratando o seu próprio povo como se fosse Lixo.

Democracia, a que sempre tivemos para escolher quem nos representasse e depois se esquecesse do significado de "demo+kratos".

Neste dia, mais uma vez também me associo a essas comemorações da forma que melhor sei fazer.

Quando iniciei este poema chovia; será que voltará a chover no dia 25 de Abril de um ano qualquer. (um dia, quem sabe, verei de novo chover no verão)

VOLTARÁ A CHOVER

Ouviram-se tambores, que festança
Feijão verde azul, que loucura
Ver tanto tipo de camuflado
Com a populaça de braço dado
Gritando abaixo a dita que é dura
Incitando em tourada, à matança

_ ‘Prá vossa terra, ‘seus’ retornados
Fachos – exploradores – colonialistas
até os comééémos ao almoço…!
Vozes, copos de cerveja e tremoço
Vestidos com fatos às riscas
Em Lisboa, com sapatos engraxados

E viajei amargurado por outras rotas
Que nem contas já sei fazer
Triste, por ver ao que o país chegou
Deixando passear quem o roubou
Exibindo sorrisos bons de ver
Quand’acendem charutos com notas

E no seu ar circunspect’o Presidente
Aceitou ao governo a demissão
Abrindo portas ao invasor
Que há-d’aos pobres causar mais dor
Da que senti na descolonização
Sabendo dum povo ‘pá’…tão contente!

Mas a vida na perpétua rotação
Rodando sobre si orgulhosa
Trouxe à luz neste ‘Resgate’ fatal
Lembranças passadas dum Portugal
Em que alguns, em conspiração ardilosa
Compraram-lhe a prestações o caixão

Cito Lóio 18 a 20/4/2011

Pueblo que lavas en el río
(En castellano -Mi traducción-)

Pueblo que lavas en el río,
que tallas con tu hacha
las tablas de mi ataúd.
Puede haber quien te defienda,
quien compre tu suelo sagrado,
pero tu vida, no.

Me acerqué a la mesa redonda
para beber en un pocillo que esconde
un beso de mano en mano.
Era el vino que me diste
agua pura, fruto agreste,
pero tu vida, no.

Aromas de urce y de lodo,
dormí con ellos en la cama,
tuve la misma condición.
Pueblo, pueblo, yo te pertenezco,
me diste alturas de incienso,
pero tu vida, no.

Sem comentários:

 
Web Analytics