quarta-feira, outubro 01, 2008

Entre “Vodka” e “Etanol”

De entrada referencio um livro escrito pelo jornalista de um canal televisivo (não sei se é Dr. mas para o caso não interessa), o senhor Júlio Magalhães, pessoa simpática, vindo de terras distantes, que nos ofereceu escritos relatos dramáticos de algumas pessoas, na debandada de África, após Abril de 74

Os relatos contidos no livro “serão” verídicos porque só alguém inqualificável pode “mentir” sobre a Tragédia que atingiu mais de 1 milhão de pessoas espalhadas pelas antigas províncias portuguesas, da Guiné até Timor

Eram de facto Províncias, pois era assim que estavam classificadas nos Livros pelos quais todos os Portugueses que estudavam…estudaram; províncias sem regionalização, pois os estudantes “dessas paragens” gramavam os Férias Grandes no tempo húmido e ligeiramente frio, coincidente com o verão na Metrópole, e com as Graciosas dos professores e professoras, algumas “esposas dedicadas às causas da Pátria” ombreando na coragem com os maridos, militares destacados na “tenebrosa África”

Os testemunhos são ao mesmo tempo, para além de contos do passado colectivo de um povo que também falava a língua de Camões, episódios marcantes na vida daqueles que com algum equilíbrio conseguem guardar no limiar do Subconsciente, as imagens de um passado que teimosamente se nega a ser arquivado no Inconsciente

Não toco em conteúdos, por não querer tornar ainda mais chocante a Ponte Aérea, aumentar os milhares de caixotes espalhados pelo Terminal de Carga, voltar a deixar alastrar o horrível odor das «Celas» de Embarque do Aeroporto de Luanda, ou ainda a impossibilidade de Nova Lisboa dar vazão ao tráfego que estalou “num repente” por não haver 1 loader no material de rumpling

Não gosto de falar de certo passado, mas não posso deixar de o referenciar pelo que se contou e escreveu

Porque não gosto?

1- Porque entre tantas coisas vividas, milhares de pessoas devem um elogio ao grupo de carregadores de carga internacional da TAAG e da TAP, especialmente ao Simão Buco um negro de cor preta que não conhecia « la luna de Higuera ni la Playa Giron»,

e sem esgares ou sobrolho franzido carregou milhares de caixotes para que «brancos» pudessem trazer os seus haveres: até à presente data não tive conhecimento que a esses homens fosse “dedicado” sequer um abraço

2- Porque já não é possível a «minha» Kim Carmo contar Timor «entre Vodka e Álcool Etílico» (Se não perceber esta última frase esqueça)

3- Por fim porque dificilmente Inácio poderia escrever em papel a história desse período; borraria de suor e lágrimas “milhentas” páginas de um livro que narrasse o que a ninguém interessa recordar

Pelo muito que te deste sem nada me pedires, pelo tanto que não te pude dar e que nunca reclamaste, o meu tributo “lovelove” Kim estejas onde estiveres

Pelo lado que me toca, os parabéns pela obra, que provavelmente se não fosse escrita por um JORNALISTA, nem seria publicitada.

***

Esta introdução serve para referir que tal como nos contos dos RETORNADOS DESALOJADOS DESPOJADOS, REFUGIADOS e alguns «DESPATRIADOS», também no TÉNIS, certos cuidados são “pouco” quando alguém se propões falar de algo que pode ter um «amaro» travo

Foi/vai/irá ou (talvez) ser publicado/apresentado uma espécie de “memo” sobre os últimos 40 anos de ténis em Portugal; segundo me suou, (e quem o fez não mente), o “conto” parece todo feito pela positiva, o que é extraordinário, e segundo parece porque “desta não tenho 110% de certeza”, a ATPorto (com que dinheiro não sei) paga as deslocações “ talvez também estadia” para virem ao Porto durante o torneio (MIX) proporcionar que meia dúzia de presentes se excitem com a tristeza que tem envolvido a modalidade federativa e associativa nos últimos 4 ou 40 anos

Não tenho curiosidade porque ao analisar o Portugal das últimas 3 décadas não enxergo ténis em cor-de-rosa, a menos que desapareçam actas, documentos, relatórios, contas etc. OU QUE A HISTÓRIA SE FAÇA PAGA”. Não enxergo positivismo um país que 20 anos depois ainda não conseguiu fazer o que outros fizeram 30 anos antes; para mim ficarão na incógnita os 10 anos que desconheço da vida desse ténis que se conta, reportado ao período antes “de la revolución”

Que “rosa” haverá na história quando Presidentes e Direcções da FPT não cumpriram os seus mandatos por serem “sistematicamente corridos”, sempre que as associações entenderam, (por motivos financeiros se a FPT não cumpria com o pagamento das dotações oficiais para Actividades Regulares para alguns andarem Irregularmente)

Vejo uma “modalidade enegrecida” ao recordar Lisboa/Monsanto, faz pelo menos, contas redondas 27/28 anos quando “numa de má memória assembleia-geral da federação”, um presidente foi “literalmente” insultado/enxovalhado pelas associações; não o digo pelo que contaram; conto pelo que vi e ouvi; pertencia no tempo a um clube que participava nas reuniões dos presidentes de clubes da Associação de Lisboa.

«Se alguém falar dos gloriosos feitos» “dígame señor” onde estava nesse tempo?

Como posso engolir como “bom” o facto de uma associação propor uma pessoa para a presidência da federação, e depois os “mesmos” irem nas suas costas a combinar o voto noutro candidato! É uma atrocidade e a declaração inequívoca de falta de carácter; trataram um homem como se fosse “basura” e esse homem tinha um nome: Cordeiro dos Santos

Terão (quem sabe alguns) a coragem de afirmar que as faltas de alguns resultados no histórico dos Campeonatos Nacionais foi obra do acaso porque se perderam os papéis, “quando a FPT mudou dos Cubículos do Jamor para a cave de Linda-a-Velha”, ou argumentarão que num país em que morre Jorge Humberto (nem o seu nome tem num Campeonato Nacional Juvenil), ninguém é culpado nem paga coisíssima nenhuma, são factos que devem ser excluídos da história

E os atletas lesionados que foram convocados para selecções que representavam Portugal é positivo? Para dizerem que não havia mais…mas mais vale estarem calados

Estou tristemente sorridente, esperando que falem do que o Ian Soukup (!) (centro nacional de treino no tempo em que o João Cunha e Silva lá treinava) disse, mas que ninguém ouviu o que disse (e que confidenciou o seu desagrado em relação ao nosso ténis em pleno CTP no ano em que se despediu).

Positivo, um país que substituiu um grande técnico por um aprendiz? pf.

Como quer que se entenda, o episódio de entrar num dos gabinetes da FPT e ver uma fotografia com o “rótulo” «Procura-se Vivo ou Morto»

Dá para rir? OK dará até porque a foto era a minha

Só que a funcionária (que já lá não «mora» porque se cansou de tanta “fede”) não achou piada alguma; certamente devem estar a recordar a pessoa e do seu marido também

Nesse tempo não havia árbitros a “borrarem a pintura no Nacional” e ficarem a rir-se. Nem nesse nem no tempo do “António”, que a sabia toda e a levava contada

Não sei como se pode ver “rios de águas límpidas” por onde correm dejectos

Temos tido muito nestes últimos anos, e se não bastasse «bastaria» regressar ao último Nacional Absoluto.

O senhor Norberto Santos pode explicar o que lá se passou. Viu o que não vi, e certamente não gostou; eu que sou muito mais condescendente e nem sou jornalista, não gostei

Que não seja pelo simples facto de se ser jornalista de um Jornal que se tenha de escrever o que não apetece, obrigado a calar a verdadeira história. Penso que não devem ser condicionados nas suas opiniões

Que não façam com o ténis o mesmo que à descolonização, que apetecia apelidar “negociata in alvor”

Falar-se-á no tal “memo”, de organizações, grandes eventos, exibições promovido pelo Lagos e Frazão, Encontros Nacionais de Ténis, enfim, gotículas de goteira seca, porque não é ver pintado o Inferno de Azul Celeste que se me alegra o coração; é necessário mostrar a negra cor da alma dos que têm chupado a modalidade, sem nada terem dado de útil em troca, para que possamos criar algo de válido neste país sem necessitar que os nossos filhos andem “lá por fora” a dar Money a quem sabe fazer “negócio da china”

É preciso denunciar aqueles que, não fazendo do ténis profissão e modo de vida, se têm governado à custa dos compadrios e da inoperância dos que têm obrigação de a defender; o ténis sofre de malária e não é com as antigas sanguessugas que o trataremos.

A história ou os “memos” de uma modalidade não se podem fazer sem analisar uma Federação; da mesma forma que a história de Portugal não se fez ou faz apagando os erros dos Governos, os desatinos dos antepassados ou pondo uma esponja no Alves dos Reis, Zé do Telhado…fiquemos por aqui

Aprendi muito do positivo que a Ponte Aérea de Angola proporcionou, apesar de muita dor ter ficado por contar nessas “longitudes” paragens onde a desgraça foi incomensuravelmente maior do que a felicidade de estar vivo pode amenizar.

Tal como outrora, e em relação aos tempos modernos do nosso Ténis, as lágrimas, quando as verto, já perderam parte do seu sal perante tanto sonho destruído; há amarguras que não pretendo ver repetidos nem pinturas deslavadas vendidas como obras de arte, mas o que espero nunca presenciar em vida, é erigirem estátuas aos enjeitadinhos bandidos ou crápulas dum tempo presente

Portugal tem sabido convenientemente olvidar depressa os erros, porque os que estão no tempo presente, são os mesmo que no passado os cometeram; Somos uma modalidade portadora de um vírus denominado “mediocremente passivo”

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O 1º que o Manifesto Fénix combaterá

1 comentário:

EboRâguebi disse...

Um momento de descontração:

China: pássaro aprende a miar para calar papagaios

Vejam no Eborâguebi

 
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