segunda-feira, abril 24, 2017

JAZ VIVO E ARREFECE





Às vezes a memória prega partidas e hoje 24 de Abril, 43 anos depois, decidi oferecer esta prenda aos rapazes da revolução de Abril. 
Bom feriado...



JAZ VIVO E ARREFECE




O tempo tarda, e às vezes nada muda,
o vento morno no quintal não ajuda
nem leva para longe, se solta das rajadas
estridente som das velhas espingardas.

Na noite, incauto pesaroso rinoceronte
hesitante atravessa lesto uma ponte
desconhecendo esperá-lo a morte,
andassem de novo caçadores a norte.

Rio abaixo calma flui a corrente
guardiã de segredos de muita gente.
- Para trás gemidos numa batucada
de quem despedido da pessoa amada.

Pelo trilho não verá santas aparições
antes negras nuvens, complexas visões
sobejadas do tempo da fartura 
que jovem sonhava derrotar 'ditadura.

Uma lágrima rola pelo rosto inclinado
doendo mais 'perde que o corpo magoado
ao ver u' pardal voar que o tempo aquece;
_ numa tumba rasa só a alma arrefece.


Cito Loio
18-20/04/2017
















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