sábado, outubro 22, 2011

Inverno no Outono...!

Estamos no Outono mas hoje fez Inverno em Portugal

Em 1975 a 11 de Novembro, assistia ao Enterro dum Império com a entrega de Angola ao MPLA; definitivamente o Povo português através dos seus governantes reconhecia não precisar das províncias ultramarinas depois de 5 séculos, 2x e meia mais que o tempo em que os Americanos estão no Continente (chamado americano!!!)
 

36 anos depois, assisto a outro enterro, desta vez ao da DECÊNCIA, e que passa, na TV (eu vi e ouvi) pelas declarações do PM em resposta a comentários feitos legitimamente pelo mais Alto Magistrado da Nação Portuguesa, Sua Ex.ª o Senhor Presidente da República, quer se goste ou não dele. (pessoalmente no like)
Não há tradução, nem ninguém me venha com conversas que... bom não era isso que estava subentendido nas afirmações, as expressões e palavras devem ser analisadas no contexto, ou sejam lá que justificações se queiram dar, a verdade é que o PM afirmou que o PR era:

INTELECTUALMENTE DESONESTO, E IRRESPONSÁVEL.


FUNERAL DUM IMPÉRIO

Sem tiros, um bruaá nas ruas cenas d’ alegria
Engalanava-se o povo em alamedas de festa
O hino passara a samba, ‘tanta gente pá’
Venham mais cinco ter c’ a malta, amigo vem
Que matámos os vampiros em vila morena

Fascinam-se os filhos da madrugada, fantasia
Sem distinguir o ruim do que não presta;
Gritos! Camaradas proletários ao poder, já!
Com abraços e beijos; afinal tinham mãe
Ao contrário doutros, q’ viviam num dilema

_ Não há farra que sempre dure
Caramelo que não derreta
Broca que chão não perfure
Aldrabão que não conheça peta

Longe nascia o medo trajado de insegurança
Desconhecedor de reformas sem cautela
Tanto mar pá! – Ó Chico nem ideia
Das enxurradas de lágrimas, chagas sentidas
Por pais avós, até cães na ponte da debandada

Esfregavam as mãos por encherem a pança
A sua revolução não fora uma balela
Diferente vê-se d’ antiga guerra da Crimeia
Mas as forças do mal foram batidas!
_ Rompia uma nova e muito estranha alvorada

_ Uns bailavam, outros, certo q’ não
Partindo discos, abaixo o fado
Que nascia duma velha, nova nação
Kalinka! Todos despiram o fato

Cresciam nas boîtes as crianças ao desatino!
Morrendo milhões numa África selvagem
Sem arquitectura, ao construíram uma ponte
Destruíram os pilares da fraternidade;
Gritou-se, ouviu-se, morte ao colonialista!

Nem todos tiveram análogo destino
Consumidos na inusitada e sórdida voragem;
Liquefazia-se o alcatrão esgotada a fonte
Graves insultos e morte à solidariedade
_ Vai prás tua terra – séus bráncô faxista

_ A terra é tua por milhões de anos
Mas nunca te dirão ou saberás
Quantos e sangrentos enganos
Enclausurará a história, por detrás!

Sem lágrimas longe dos cenários da guerra
Traiçoeiros despedaçavam o cordão umbilical
Que ligava tantos séculos de história
Um povo várias lingas duma incómoda nação!
De nada adiantando batalhar com afinco
Contra vontade de parte do povo português

Turvava-se o céu caía a penumbra na terra
Disfarçada nos acordos, venceria o mal
Catapultando gente p’ uma miséria sem glória;
Século vinte dez de Novembro de setenta e cinco
Falou-se do grande Império, pela última vez

Cito Loio
2011/Outubro
(intemporal)

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