sábado, abril 03, 2010

Pedaços da minh’alma

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Sinai de Deus

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Corria o ano de 32, o sol escaldava a água não abundava no deserto e a alimentação era racionada quando andavam em peregrinação. Deus já tinha entregue ao profeta Moisés o Decálogo, que iniciava, “Eu Sou o SENHOR, o teu Deus” no Judaísmo.

Jesus aceite por quase todos como o Filho do Senhor, e a primeira palavra da tábua aplicava-se a aquele.

O cansaço e a fome eram apaziguados pela oração e pelo alimento espiritual, se bem que, a partir de uma certa penitência o corpo pedia pão.

Iesus Nazarenus, sentia o fim a aproximar-se se bem que deus ainda não lho confidenciava, mas como era supersticioso, volta e meia deixava-se abater por este pesadelo, o da sua Morte estar pré-anunciada

No entanto, e como o Filho que se sentaria à direita de Deus no Juízo final, estava determinado a cumprir a vontade do Pai, nem que isto lhe custasse lágrimas e sangue.

Para esse dia seguinte, tinha sido incumbido de testar a Fé dos apóstolos, especialmente a de Pedro, escolhido para ser o Fundador da Igreja de Roma – Jesus não compreendia muito bem a decisão do PAI, pois ambos tinham visionado o que se passaria naquele pós noite, em quem Pedro 3 vezes a Cristo negou.

Encolheu os ombros porque como o tempo escasseava não estava para de delongar em filosofias sobre as mais valias deste ou daquele, tanto mais que o seu amigo predilecto, Judas, o trairia.

Reuniu os onze apostoles, e perguntou quem estaria disposto a segui-lo até cimo da montanha – todos se prestaram a acompanhar o Senhor, sem condições. Antes de partirem naquela cruzada, Jesus olhou para Pedro, virou as costas, olhou para o céu e viu, e só ele podia ver, Deus a piscar-lhe o olho em sinal de assentimento.

De seguida atirou o manto para trás das costas, fez o gesto que mais tarde seria considerado o sinal da cruz e falou fitando Pedro.

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- Como prova de fé e de obediência todos devem, em consciência, carregar uma “pedra” até ao cimo.

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Todos se aprestaram a procurar o maior calhau que houvesse nas redondezas – Pedro, porém, homem inteligente, não viu nas palavras d senhor que tamanho deveria ter a pedra, e por isso pegou numa pedrinha que estava junto aos pés, e eu cabia perfeitamente na palma da mão; seria mais ou menos do tamanho de um ovo de pardal.

Jesus nada lhe disse – deu sinal para iniciarem a subida, íngreme e sem trilho aberto pois era a primeira vez que os homens se atreviam a subir aquele monte pelo lado contrário

Lucas, derreado, e com o estômago a apertar tentou inquerir junto do Senhor, qual a justiça que ele ditava se permitia que Pedro, apesar de ser o mais velho, ia de mãos a abanar em vez de dar o exemplo.

Jesus levou os dedos aos lábios em sinal de silêncio – entre outras coisas porque ia em amena cavaqueira com Pedro, e dialogavam sobre os rendimentos colectados nas diversas operações de fé que tinham feito, pregando a palavra do senhor.

Entre escorregadela aqui e outra ali, chegaram ao cimo do Monte – exaustos cada um deixou cair o grande calhau e sentou em cima dele a descansar.

Bartolomeu, já não aguentava de fome e perguntou a Jesus quando é que iam comer. Jesus perguntou-lhe se trouxera comida e foi então que todos deram conta que não havia nada para comer

Foi então que o filho de Deus ergueu as mãos as céus, rezou, O pão-nosso de cada dia” e, voltando para os discípulos e apontando para as pedras que cada um trouxera disse:

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- Eis o vosso alimento, comei e descansai.

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Pedro olhou para a miséria da côdea que lhe coubera. Nem para a cova do dente que o consumia, tal o buraco que já se instalara dava. Todos os respeitavam mas nenhum se atreveria a contrariar a Palavra do Senhor, e o discípulo passou fominha de cão mas aprendeu a lição.

Na semana seguinte, já com Judas Escariotes presente, e depois de ter efectuado mais duas dúzias de milagres, Jesus repetiu o pedido, a pedido de Pedro, pensando este último que Judas, que trairia Cristo, iria cair na esparrela.

E o senhor fez a vontade a Pedro; este, à laia de exemplo foi o primeiro a pegar no maior calhau que encontrou, e, mesmo antes que Jesus ordenasse a partida monte acima começou, quase tocando com os queixos nos joelhos a caminhada.

Judas ia a pegar num calhau grande mas o Senhor apontou ara o pedrinha que estava caída aos seus pés, e o discípulo obedeceu.

Igualmente como fizera Pedro, também Judas caminhava ligeiro conversando risonhamente com o seu Amo, olhando volta e meia para os companheiros de jornada – Faltava Filipe, o discípulo que posteriormente, em Cartago – Norte de África, converteria a mulher de um pró-cônsul romano e que como retaliação, esse pro-cônsul mandou prendê-lo e matá-lo com muita crueldade., mas nada disse.

Cansados, famintos, derreados, bolhas na sola dos pés, deixaram-se cair ao lado dos pedregulhos antecipando já mais uma benesse do senhor.

Este nada disse, afastou-se para orar ao senhor seu Deus e seu Pai, enquanto que os apostoles se contorciam com dores de estômago.

Meia hora depois, regressa e nada diz – senta-se no chão e olha um a um, até parar o olhar em Pedro.

Este, sentindo o dever cumprido, esquecendo-se o que fizera anteriormente, aponta para Judas dirigindo-se a Jesus.

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- Senhor quando é que nos ofereces o pão que se fará destas rochas.

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A história bíblica aporta muitas rasteiras, e também muitos ensinamentos. Pedro, o escolhido para chefe da Igreja, seria o exemplo do que não se deve fazer – ainda não estudara em profundidade a Palavra do Senhor, não sabia que O trairia, e que a Igreja seria envolta em inúmeras guerras, perseguições, escândalos, e até crimes hediondos.

Não sabia, e Jesus, naquele dia, ofereceu-lhe a dúvida, porque não sabendo Judas o que acontecera com Pedro, no primeiro impulso procurou uma pedra grande.

Foi então que Jesus, acenando com a cabeça, indicando o caminho de regresso disse:

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- Hoje comemos em casa...

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Boa Páscoa

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