quarta-feira, outubro 01, 2014

Ao meu pai

Outubro é apenas um mês com uma indelével marca a pranto.

Este é o meu poema, uma pena de 60 anos, a homenagem a um Homem contra quem sempre lutei talvez por nunca ter compreendido os seus Lutos e ele nunca desculpabilizado as minhas Revoltas.

Ao meu pai quero, 20 anos depois da última oportunidade que tive para lho confessar, aqui, perante o Universo atestar:

Pudesse e morreria para que ela não tivesse morrido e se minha morte servisse teu consolo, com ela trocaria a campa



HIROXIMA D’OUTUBRO
 


 
Deixou-te Outubro dura sequela
sorrisos com investidas d’agonia
um grito ante encerrada janela
vendo doce amada que se perdia

Servisse a vós ser minha a culpa
matar-me-ia para que renascida
limpasse ela esta dor que se avulta
e em ti renascesse segunda vida

Quis a mãe natureza, contudo,
que da essência guardasse tudo
trucidada alma forma de padecer

E quando sob acusações, mudo,
ficou-te por reparar, simulado luto
e o que dura este jeito de sofrer

Inácio (Cito Loio)

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