terça-feira, setembro 30, 2014

NO ÚLTIMO BATEL, as dores dum parto

Não há sementes que germinem num mar de lodo, nem rios que corram de jusante à nascente dos nossos ideais, mas existe um amor para toda a vida e quem disser o contrário é porque mente, ou nunca sentiu as dores de parto da própria mãe.




NO ÚLTIMO BATEL

(Poemas dedicado aos pobres deste mundo)





Sou pescador de um outro mar
sem canas redes nem anzol
ganhando sustento pró único lar,
labuta do nascer ao pôr-do-sol

Remando por sobre esta terra
feito junta de bois sem arado
por planícies vales, a pique ‘serra
domingo, dias santos até feriado!

Pesco com infindável tristeza
salário de fome e magreza
nos restos, sem código de barra

E na solidão afiadas garras
Guardo penas pedaços de papel
Crendo ir-me no último batel



Cito Loio

(sem data)


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