segunda-feira, fevereiro 01, 2010

O Regicídio

O Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, ocorrido na Praça do Comércio, na época (mais conhecida por Terreiro do Paço), em Lisboa, marcou profundamente a História de Portugal, uma vez que dele resultou a morte do Rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe e uma nova escalada de violência na vida pública do País.

No ano em que se comemora o 100º aniversário da República, (e deixemo-nos de pantominice, porque só houve uma, que se iniciou em1910 e dura até ao momento – mesmo que tivesse havido diferentes e condenáveis formas de governação estas situam-se dentro da república – não se conhecendo desde então qualquer outra denominação de Portugal a não ser como República Portuguesa) a verdade é que houve um crime em 1908. Foram assassinados na Praça Pública, “flagrante delito” o Rei e, e se não bastasse o seu filho, que seria herdeiro se de facto a monarquia continuasse.

Há luz da Lei quem comete um crime é criminosos e deve ser julgado ou não – não tenho a certeza.

Desconheço ainda se os meios justificam os fins, mas estou em crer que para terminar com um determinado regime haveria outras formas de procedimento.

Poder-se-á argumentar que a causa era nobre, termo que advém da nobreza, exactamente a que fora aniquilada.

Em Abril de 1974 pôs-se termo a um regime ditatorial sem necessidade de “assassinar” Marcelo Caetano; os tempos eram outros mas de facto em 1908 ficou por julgar um crime de sangue cometido aos olhos do mundo.

Importa pouco que isso venha à baila, como pouco interessará se até à data os republicanos, desde então, perguntaram ao povo português através de referendo, se queriam de volta o rei D. Manuel II, que, tendo embarcado para Gibraltar no Yate real (hoje há quem tenha reais yates e plebeu de até à medula) escreveu uma carta (desconheço se verdadeira ou forjada) com o seguinte teor

“ Meu caro Teixeira de Sousa. – Forçado pelas circunstâncias vejo-me obrigado a embarcar no yatch real “Amélia”. Sou português e sê-lo-ei sempre. Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu País. Espero que ele, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer! Viva Portugal! Dê a esta carta a publicidade que puder. Sempre mº afectuosamente – Manuel R. – yatch real “Amélia” – 5 de Outubro de 1910.”

Mas se esta carta deveria ser referenciada nos (dis) cursos oficiais, o que certamente a maioria dos portugueses gostaria de saber foi que após chegado ao destino (Gibraltar) este ordenou, e PASME-SE, que o navio, por ser propriedade do Estado Português, voltasse a Lisboa tendo D Manuel vivido o resto da vida no exílio.

Será que os actuais “reis da governação” teriam o mesmo gesto de patriotismo e respeito por Portugal?

Viva a República

Sem comentários:

 
Web Analytics