quinta-feira, outubro 27, 2016

NAS VIELAS DA ASNEIRA


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Por vezes as lágrimas de tão cristalinas não as vemos, apenas as saboreamos 

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NAS VIELAS DA ASNEIRA


Veio-se desassossegada em silêncio,
no rosto mero esgar dum prazer dorido
reflexo da perda d’evidente  virgindade;
_ de fora, silenciava-se toda uma cidade, 
ele, que lera o amor num compêndio
sem dar valor ao tão lacónico gemido
mergulhado no sonho, de tudo capaz
julgou deixar a memória para trás.

Frederico, nome c’ que fora baptizado
ufano do feito numa roda de amigos
gabarolando-se da arte da virilidade,
(ignorância tal, própria da imaturidade)
- Teresa, das lágrimas q’ tinha chorado,
confessava-se sem receio de castigos
à mãe, culpa sua pecaminoso desprazer,
acto que jura não voltar a acontecer.

Década e meia volvida, hábito de freira,
curvada aos pobres num país distante
palmilhava uma mulher ao Deus dará.

Aprendi desse dia em vielas da asneira
jamais se desperta, fechado semblante,
ao lado duma Santa Madre de Calcutá!


Cito Loio
(Poemas sem data nem valor)


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