quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Vivências de uma alva Alma

A vida deu-me muitas alegrias e algumas tristezas

Fui vivendo entre sorrisos e punhaladas, entre beijos de amor e traições amistosas, atravessando muitas portagens, chegando ao limite do crescimento.

Hoje vou pagando os devaneios, as utopias, e a crença que me restou de menino.

Sou muito mais humano, muito mais piegas, mas conservando a intrínseca força que fez de mim um homem capaz de ressurgir da dor de ter perdido o que tanto quis conservar; Cruzei portões da proibição tentando ser o que sempre quis ser

Ao Adolfo

A avidez desregrada da imbecilidade humana mostrou-me a debilidade de uma raça humana em vias de se tornar escrava da sua própria escravatura; vivemos a insana mediocridade do “dar as mãos” de dizer que temos de salvar o mundo de criar uma nova geografia social um novo perfil humano para esta espécie de primatas que com a evolução se vai transformando em híbridos humanóides

Voamos de crise em crise, de escusas em escusas, destruindo o mais precioso legado universal; a única Terra que temos, o único ar que respiramos o único calor que não nos queimará, e o gelo que nos acariciará os copos em noites de voragem, amenizada pelas doces carícias de um sorriso perto, dum odor incerto e de um toque de magia de dedos que nos fizeram um dia tremer

Caminho como todos, para o fim que me reservou a vida desde a infância, tropeçando acolá, mantendo aqui o equilíbrio ébrio de um estado de ambígua emoção ao escutar a voz da própria alma; estou ciente que a estrada traçada não tem regresso, nem as avenidas escapatórias, ou que a vida seja a expectativa dum jogo inacabado

A hora estará para breve, quem sabe se um ano uma década um século, ou simplesmente o tempo que o tempo me der para viver o que tiver de viver

E quando me for que cantem em hino de alegria, os versos que nunca cheguei a escrever, que o Elogio ao Sonho seja o meu epitáfio, e que os meus “versos” reflictam o olhar sereno que sempre tive, e que tão poucas vezes dei a conhecer; e até há quem me julgue sem me conhecer, quem me queira mal sem nunca por mim se ter cruzado em contraste com quem, sem nunca me ter visto, tem de mim uma imagem aberta, uma palavra de carinho, dedica-me um sorriso, e chama-me pelo meu próprio nome

E há quem acredita em mim e diga: “Sabes tanto de tantas coisas”, a mim, que apenas sei muito pouco de muitas coisas” e “alguma coisa de poucas coisas”

E entre sorrisos de bondade e olhares de súplica, vou renascendo a cada manhã, mantendo a mesma fé as mesmas dores o mesmo esgar de tristeza ao ver quanta alegria se desperdiça por um cheque que não chega, por um passante que não tem destino, por uma canção que tudo nos diz


Do Inácio

até à eternidade


 
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