sábado, dezembro 20, 2008

Nação das Licenças

Nos últimos meses o que mais tem suscitado “silenciosa polémica” na agenda das Associações/Federação é o caso Licenças, culminando o mau estar num tentativa falhada do Porto em pretender alterar o principio da distribuição das verbas, (dependente do nº de licenças) e que levou anteriormente a uma reunião em Fátima com “intenções” de alteração de modelos vigentes, que na altura critiquei

Estava certo na crítica, porque entendi que se estava a dar cobertura a ilegalidades através da tentativa de fazer aprovar algo que legalizasse a própria ilegalidade

Não estive em Fátima, não sei se as propostas ali apresentadas tiveram o assentimento da Federação, nem tão pouco quem promoveu uma reunião de associação; não sendo a FPT com que legitimidade as associações se reuniram fora do âmbito estatutário, seu e da federação e mesmo se houvesse sido aprovado fosse o que fosse, se tinha efeito práticos.

Ponho as coisas neste termo: fora de uma Assembleia Ordinária ou Extraordinária, qualquer deliberação que por determinação dos Estatutos deva ser aprovada em A.G terá efeitos legais se acaso não estiver o plenário das associações?

Todo o clima de suspeição que tem sido criado à volta do comportamento do edifício federativo deve ser afastado, e no caso do presente artigo, o fumo em redor do processo de “licenciatura”, boletins que permitem as associações receber dinheiro, prende-se com 2 factores:

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1- A penosa e mal pensada divisão dos diversos “tipos” de licença

2- O encaixe financeiro derivado das mesmas

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Primeiramente refiro que foram as Associações legitimadas pelos clubes que votaram os critérios das licenças e repartição de verbas o que valida a actual situação; resulta por isso que ninguém se deveria queixar da cama que fez…muito menos quando se opuseram no passado a uma proposta de alterações no regulamento da distribuição dos dinheiros provenientes do IDP

Entendo que as licenças até podem ser distinguidas em 2 categorias, mas ponho reservas ao modelo, e para matéria de análise secundarizo o lado do valor monetário que representa 1 licença.

Sobre a denominação de Licença de Jogador, tal como a denominação indica tudo dito; quanto à denominação «Licenças de Praticantes» pondere-se de forma equilibrada o que representa de facto este tipo de licenciamento e o que resulta da prática

PRATICANTES (inclui jogadores) são todos aqueles que “praticam” ténis mais ou menos assiduamente (particular ou dentro do sistema federado/associativismo), e é fundamental para o país/federação/modalidade que registe o maior número de pessoas ligadas ao ténis

Cada registo/”licença” deveria no entanto ser aceite como perspectiva de criação de uma Base de Dados servindo á posteriori para distinguir vertentes de Lazer e de Competição/Profissional, e será uma das nossas propostas para o futuro próximo

A vertente Lazer encerra por seu lado, para além da ocupação dos tempos livres e a prática de uma actividade física saudável, a componente Competitiva “organizada” e dentro de um quadro puramente amador/participativo

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Respeito o Atletismo porque nunca foi para as praias licenciar os que andam a correr nas pistas de areia ou nas passadeiras à beira estrada, ou o Ciclismo que não federa “os putos” que têm uma bicicleta e andam a atropelas tudo quanto é velhinha “a ver montras” ou a Marcha em relação aos portugueses que não têm carro; imagine-se a Natação filiar os banhistas desde o Minho ao Algarve

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Não entendo por isso como se pode incluir no título de “licença de jogador” quem nunca participa numa prova constante do calendário oficial “divulgado anualmente” e reconhecido através da atribuição de um Ranking Oficial

Tenho como fundamento que os Praticantes são o universo de recrutamento para a constituição de uma vertente Competição/profissional e que deve ser estimulada; entendo que os agentes no terreno, podem dedicar mais tempo a motivar os “amantes da modalidade” a passarem a Jogadores mesmo só para a vertente Lazer, estando claramente de acordo com o aumento de “praticantes registados” que algumas associações promoveram, se “este” visar a transferência a seu tempo dos activos desportivos para um quadro competitivo, abrangente e estruturado, criando-se paralelamente incentivos de continuidade na generalidade dos participantes

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Claro que não será com ameaças de Represálias, e muito menos que não se convoque um atleta para uma selecção por este não participar numa tontaria qualquer, chegando ao ponto de se querer que FALTE à Escola que se motivam pessoas; no meu mandato não se aceitam ameaças nem castigos a inocentes

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Ter praticantes não participantes, e em cada ano serem substituídos por outros que vêm de novo, ou mantendo-os registados apenas para garantir que o aumento da percentagem que dá direito às receitas se mantenha ou cresça, é subverter a própria necessidade de haver diferenciação de licenças, e, também nem sequer é garante de receita

Gastar energia e competências de agentes que estão na base de formação de jogadores, esbanjar tempo e dinheiro com quem não servirá ou estará na modalidade no futuro não é saudável, e não cabe à Federação o papel de Escola Pública Obrigatória para Alunos de Ténis Desmotivados

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Pretendo alterar o “estado de sítio” desta «nação das licenças», e que todos compreendam que a Iniciação de Base/Primária é sempre (ou deveria ser) um estágio Lúdico no desenvolvimento físico/desportivo, que derivará em Lazer e Competição/profissional, sendo esta última efémera e reconvertida na primeira

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