terça-feira, julho 29, 2008

Assalto ao “TOP 1”

Corre por todo o mundo a febre do assalto ao posto nº 1 da ATP
Quem será o Seed nº1 no USOpen…
O sistema de rank ATP “
debía cambiar”, afirmam muitos!
Até agora os senhores que dominam o ténis mundial eram uns génios; «juntavam a inteligência à esperteza» dirão outros; no entanto Federer não caiu por nenhum abismo e ainda é o nº 1 do rank ATP

Desta louca corrida entre Nadal e Federer ou vice-versa de acordo com as fans-preferências o que me interessa de facto é a mudança que se está a operar nos conceitos de jogo
.
Presentemente temos um “típico golpeador de terra batida” que joga 3-4 passos atrás da “base line” ganhar relva e cimento “Tout-suite”, e com fortes possibilidades de, com sorte e saber, alcançar o Gran Slam em 2009. Chama-se Rafael Nadal.

Dá-me um enorme prazer, porque representa na perfeição, quanto pouco ou quase nada a o fenómeno da percepção tem sido estudado e avalizado nos conceitos e conteúdos da formação e treino de ténis

Quando observo o jogo deste “gladiador” antevejo a enorme dificuldade que os adversários têm em fazer aquilo que na gíria de diz “ler a bola” que nada mais é do que um exercício de visualização perceptiva; jogando contra Rafa está-se permanente numa instabilidade visual que dificulta a formação do “percepto” totalmente desenvolvido (extracto do trabalho A Percepção no Ténis).

Ao contrário do que por norma treinamos ou ensinamos, a quantidade de efeito e a potência dos seus golpes obriga a na mesma trajectória a refazer as contas ou seja, do 1º acto perceptivo ao final em que executamos a bola deve transmitir inúmeros estímulos que terão que ser re-apreciados (re-acomodados/) o que dificulta o ataque às bolas.

Para melhor e mais fácil compreensão basta pensar da formula N=A+B em que neste tipo de execução Nadaliana , existe demasiadas somas de A’ B’ e A’’ B’’ numa formula meramente abstracta

Estes tipos e golpe permitem também a Nadal recuperar o equilíbrio e a posição mais favorável para o golpe seguinte; a profundidade conseguida é claramente elevada e promotora de uma alteração da velocidade no impacto ao solo e os efeitos laterais produzidos tornam mais complicada a gestão da resposta; já do lado do Revés consegue variar entre um efeito progressivo e outro regressivo, para além de também efectuar golpes similares ao seu lado natural

O panorama que visualizo solta-me um enigmático sorrir, porque imagino a quantidade de cérebros a tentar deslindar os efeitos “nunca vistos” e a magicar como hão de treinar os seus atletas para ganhar a RN. A “tarea” não se apresenta fácil, mas nada é invencível neste mundo, e enquanto o ténis tiver "2 saques por ponto" sempre há que contabilizar os “canhoeiros do serviço” (para além disso Federer sempre pode retornar qual Dragão adormecido, pois é talvez o único atleta do circuito a conseguir sair de uma posição de inferioridade deslocar-se felinamente ao "corner" contrário e desferir um winner de direita cruzado, sendo esta movimentação só ao alcance dos super dotados)

Como bater então Nadal?
Uma 1ª opção é evitar o ressalto!
Mas, o risco é demasiadamente grande e Nadal joga recuado, tem um “passing” de excepção e, como afirmei no site de Sean Randall, este jogador é um perfeito velocista, capaz de subir à rede após um “tiro desde la línea de fondo” só possível de ver no passado a Big Mac (Enroe)
2ª opção é fazer o mesmo tipo de jogo!
Força valentes…
A 3ª hipótese é o denominado All Court Game but…
Não há tempo com as novidades das competições a nível dos sub 8. sub 6 etc, com a velocidade com que se tem de preparar os jovens, a pressão permanente presão que os treinadores e pais estão sujeitos se acaso investem numa carreira profissional
4ª hipótese claro que sempre teremos a de “sacar e volear” o “Big Game”
Evidentemente que está fora de questão nos tempos mais próximo isso vir a acontecer, até porque da observação que tenho feito, só os jogadores de pares estão "neste momento" preparados para este tipo de sequência, mas não estão treinados para jogarem a 8,23m de largo, sem contar com os tiros cruzados exteriores, ou os restos em “modo” amortizado

Imbatível?
Não, e à medida que se vai tornando mais adulto, também poderá “buscar” outras formas de jogo e fragilizar sectores defensivos; de facto já se vê fazer serviço rede nalgumas situações o que me deixa antever certa alteração no conceito do jogo, estando a valorizar cada vez mais o "slice e o amortie"

Esta observação com mais algum cuidado sobre o jogador, poderá ajudar a alertar os "experts" para a necessidade de se “rever métodos de ensino e treino, dar mais tempo ao processo formativo, não pressionar a fase competitiva, e lembrar que os campos de ténis têm de fundo 6 a 8 metros “at least” e as bandas laterais 3,60-4,5-6/m. A continuar assim o panorama actual, teremos “mas uno reinado de 4 años, y con el monarca D. Rafa”…

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