quinta-feira, junho 25, 2015

Em desacordo com o Acordo



Declaro-me definitivamente contra o acordo ortográfico, não admitindo que alguém tire as consoantes das minhas palavras ou as altere sem autorização prévia e referendada, razão pela qual subscrevi a petição contra esta medida.


 Eis os motivos que me levaram a esta tomada de posição
 .
A PALAVRA É FEMININA…PONTO FINAL.

.
Trazendo para o cenário literário a verdade das mulheres na menopausa não as imagino mártires demenciais em auto mutilação decepando os seios à falta de serventia, antes pelo contrário, preservarem-nos por questões de beleza mesmo encarecendo o orçamento à compra de soutiens.
.
O corte do «P e do C» em muitas palavras através do inadiável Acordo Ortográfico não evitou contudo a morte por Malária às crianças no Cacuaco/Luanda/Angola, mas facilitará no futuro provável edição dos Lusíadas em Brasileiro pela força dos milhões de eruditos da favelas do Rio de Janeiro que exigirão cantar-se a Portuguesa ao ritmo samba para alegrar as almas dos terroristas “Xacinados” pelos colonos em terras ultramarinas depois da compra total da TAP
Pessoalmente não aceito condenas à ignorância de ser contra o corte das mamas de igual modo que o sou face à novel forma de ortografar português sem necessitar de Angolanos para o exercício desse direito, declinando o convite oficial para «escrevê» do modo que não quero ou desejo.
.
Enquanto português nato e criado no ultramar, aprovado no exame “exclusório” da 4ª classe declaro-me, irreversivelmente, Utente dos Machimbombos de Portugal, não confiando nos Ónibus do Braziu

terça-feira, junho 23, 2015

SE...DESACOMPANHADA



 Como não podes dizer-lhe olhos nos olhos, fala-lhe com a alma

 
 
SE...DESACOMPANHADA

 
Há ventos que correm desfiladeiros
outros, não menos verdadeiros
aliviam as penas, refrescam o rosto
mas não levam  longe o desgosto.
 
Há marés onde perdido m'encontrei
e soprando macios búzios, segredei,
o que não conto nem exponho
guardado para mim enquanto sonho
 
E nos devaneios endeusando o amor
sem armaduras combati horrores
esperando que viesse desacompanhada
quem há tanto por cá era esperada
 
 
Cito Loio



quinta-feira, junho 18, 2015

MORDIDELAS

Hoje partilho com os meus amigos o 3º artigo publicado pelo JN
e que agradeço a confiança


terça-feira, maio 26, 2015

Por opção de pai

 
PO





POR OPÇÃO DE PAI

.
Não partilhei tecto c’ madrasta séria ou puta
que me pai deu douto cumprimento
ao que um dia jurou em altar de casamento,
mas cresci endiabrado a gestos de batuta
ouvindo concertos de música latina
e escravos ao som duma velha concertina.

Decifrei no colo das criadas a honestidade,
feri-me c’ beliscões e pontapés nas canelas
e entre beijos roubados sob a luz das janelas,
indo de xerife a índio por solidariedade
capitaneei exércitos de bravos catraios
em guerras contra filhos de sabidos lacaios.

Crescido foi-se a juventude e com ironia
vivi de tenra idade gravosa desilusão
ameaças de quem venerava a ambição,
e ao quebrar amarras que só eu via
calcei botas, camuflado e negra boina
esquecendo anedotas e a voda de estroina.

Atraiçoado por uma revolta a termo
vesti descrente uma outra farda
percebendo-lhe igual tonalidade parda,
e antes de baleado por um estafermo
devolvi ‘c’ dignidade ao depósito d’armamento
ferramentas do meu descontentamento.

Para descanso reservara nova vestimenta,
e ao rolar caixotes na placa dum aeroporto
etiquetei outros que não chegariam a bom porto
e seus donos por lá não marcariam presença
que a tempestade já anunciava a hora
do destino mortal a quem não fosse embora.

De labuta sem marcar ponto, dias a fio,
observava a cama mantida desfeita,
e no olhar de mãe reprovação de quem suspeita
haver altura que claudicando, num arrepio,
concluiria ser a partida aventura certa
e a vida, numa jovem guerra, coisa incerta.

Finda uma noite que se fazia noutro dia
passaporte na mão 2 contos de sobrevivência
apenas conhecendo lugar de procedência
fiz-me ao destino, que desta me despedia
pisando no chão projectada luz
sombras, deixando antever a cor da cruz.

Ganhava novo estatuto – finalmente órfão de avó!
- Para trás ficavam duas campas de mãe
pagando de bolso mais tarde a de pai também
mantido segredo dum’outra que me deixara só,
e versejando, dotado dum sorriso franco,
embelezei estas rimas c’ letras do meu pranto.


Cito Loio

28/4 a 24/5 de 2015

quinta-feira, maio 14, 2015

Acordo "hortográfico"

Jamais matarei as consoantes e os acentos das minhas palavras. Jamais renegarei a herança de meus pais de meus avós, nem esquecerei o que colhi nos bancos de escola. Jamais amputarei as palavras por acordo, nem escreverei “ospital, orta, emicíclo, "para" quando queria dizer pára, Janeiro com J minúsculo.
Sou dos que nascendo no século passado nunca escrevi Pharmácia, mas não me importo de “fexar” por aqui este assunto. Contudo, nunca obrigarei os especialistas linguísticos a passarem o “vechame” de confundirem cor-de-rosa com cor de laranja, ou começar o hino de Portugal com “Eróis do mar…”

***
  
DA COR DO CAJÚ


Na expressão contida de um rosto negro
que por mim passa, seguro o segredo,
vejo o Cruzeiro do Sul na outra banda
Sagres emergida duma onda que s’agiganta
Cinquenta centavos de castanha de Cajú
a curva da Fortaleza na pesca ao Baiacú,
uma tia abraçando-me com força de mãe
minha avó tomando seu lugar também,
campeonatos ganhos desvalorizada a táctica
braços no ar em companhia enigmática
nos intervalos das aulas passados na cantina
co sonho amante investido de menina
em sadias gargalhadas no átrio do liceu
e tudo o que para trás ficou de meu…

Vejo ‘miscigenação invadindo a metrópole
num monumento que nada deve à Acrópole,
altas serras sobressaindo no deserto
planícies sem dono e eu por cá tão perto
revivendo num quintal eufóricas algazarras
duma vontade adolescente – afiadas ‘garras,
soluços sentidos ao anoitecer tapada a fome
num prato de alerta, aviso que consome
com gritos calados contra a opressão
à minha gente por gentes da mesma nação!

E na expressão de negra sem quitanda já calçada
vejo ainda um passado de tudo ou nada
rio de lama que silencioso desagua
no único mar que banhava a minha rua
e de imparáveis lágrimas se foi enchendo
a conta-gotas c’ enxurradas d’ incumprimento…

Nesse mesmo rosto ainda negro de negra
vi sorrisos dum parto e com surpresa
rugas, e um sofrer também por mim
sob a boina distinta da que perdera no capim,
o olhar protector, o colo de aconchego
quando cedo dizia «mãe tardo ou não chego!»


Cito Loio
18/4 a 13/5 de 2015

(19:51)

segunda-feira, março 23, 2015

LISTA VIP

Todos os países, associações, clubes...etc  têm direito de criar listas VIP se houver pessoas que mereçam tal distinção, e daí não advém mal ao mundo.
Quanto ao caso do Fisco que abalou o país luso, a coisa chia fino dado ser intolerável que a alguém ou instituição possa passar pela cabeça criar algo similar até porque se olharmos para o nosso vizinho e verificarmos que tem uma mansão de 1/2 milhão com piscina aquecida 2 Mercedes não imagina ou lhe passa pela cabeça que tenha comprado tudo com o que aufere do RIS, daí que a criação da tal lista com políticos é uma imbecilidade, diria até atentado à "inteligência pública".

Porém, o mais grave nesta discussão que envolveu membros do governo e dos partidos, comentadores e abusadores, prende-se com o facto do Governo não se demitir, e aí estou de acordo com o o senhor Marcelo Rebelo de Sousa.

Contudo discordo dele quando diz que o senhor Paulo Núncio não tem de pedir a demissão e, cito, até pode ficar no governo pois já perdeu toda a autoridade e vale ZERO!

Aqui a porca torce o rabo.

1º - A fazer fé na classificação de um comentador que até já foi presidente do PSD e até se insinua que pode vir a ser candidato à P. República, dizer que o homem pode ficar  é o mesmo que admitir que os contribuintes e o povo em geral podem continuar a "pagar" o ordenado a um senhor que vale o que vale...

2º- Talvez mais grave que pagar-se a quem não vale um 'tusto' foi a ofensa que o comentador em causa fez ao Secretário de Estado ao dizer que o homem afinal vale 0.

Se fosse eu o SE visado, primeiramente demitia-me e depois convidava o senhor M. R. Sousa para publicamente me dizer cara a cara que valia ZERO.

Mas isso é o que eu faria...pois a minha dignidade vale muito mais que um qualquer ordenado de um qualquer membro da governação.

Inácio,
 22 Março 2015


terça-feira, março 17, 2015

Vítima de engano

Não resisti...porque também lavei as tábuas do meu caixão




VÍTIMA DE ENGANO


Fortificava-se no tempo o Estado Novo,
escurecido nado em cabelo e pele,
usei fraldas semelhantes às do povo.
- E cantando baladas, Blues e Godspell
cedo mergulhei nas ondas da revolta,
e ao beber água de rios lamacentos
mudei com valentia restringida minha rota
ante doutos políticos de fatos cinzentos.

Orgulhoso e só no Regime de Salazar
acenei na Avenida Lisboa a Caetano;
_dum tive 'Opan' e tabuada de multiplicar
e igual ao segundo fui vítima d’engano.

Escurecido o horizonte, ofuscada a luz,
deixo marinar prefácios de crenças
vendo que já pouco me resta ou seduz,

E investigando atrás, podendo emigraria
a desvendar traiçoeiras sentenças
alterando génese e filiação à democracia


Cito Loio

15-16/03/2015

sexta-feira, março 13, 2015

CONFISSÕES




 CONFISSÃO DUM GUERREIRO ENGANADO
(18 de Fevereiro de 1994)

De verde esperança pintou na juventude
muros em castelos sem amuradas
e por pontes levadiças oleados rolamentos
não deu conta que o mundo se alterava
- Pelo Globo rebentavam guerras ferozes
reboliços com símbolos artesanais,
foice martelo – Kalashnikov traficadas…
…tiros que não cheiravam a pólvora seca,
e agraudando-se deu-se por surpreso
pois só nos livros de índios e cowboys
eram as pistolas feitas com tinta Pelikan,
que os caixões que via cheiravam a pinho

( A seu pai nunca dera razão
experimentando a ’arte da revolução;
_ depois atraiçoado, mas incorrupto
mudou a farda decidido a tudo )

Refrescou a esperança com verde rubro,
marcou passo boina e de botas cardadas
camuflando u’ última sobrada cápsula
num cinturão que não condizia com a USI.
- Rastejou por campos sem algodão
tomando ordenações sem contestar,
rebentou morteiros, calculável preço pago
pelos impostos dum pai antimilitarista,
e circulando por ruas dos musseques
percebeu ser da mesma cor a terra atida
q’em criança servia de tapete a jogos
entre risadas fintas, fraternais bassulas.

( E outra vez mais e sem contradição
aguentou de pai áspera condenação;
_ mas fazia-se homem só pelo vulto
achando-se dum querer impoluto…)

Um dia rebentou-lhe nas mãos a traição;
_ assistiu abraçarem-se os inimigos
e com sorrisos celebrarem a derrota
dum povo que primava pela dignidade.
- Deu fé ressurgirem enegrecidas nuvens
chovendo ácido de estranho idioma
e acordos subscrevidos sem referendo
corolários de transferências bancárias…
e emudeceu;_ carregava já o desastre
em cima dos ombros, e obstante a idade,
aguardava pela noite emboscadas
e morte sem telegramas ou aviso prévio.

( E disse ao pai, mostrando resignação:
- Hoje deixo de servir a sua nação,
e se às vezes fui consigo bruto
honrando-o jamais me verão corrupto! )

Numa quarta-feira de cinzas ,fazia calor
encerrava-se um passado de luta,
e definitivo ao celebrar-se u’ missa fúnebre
enterrou o filho o machado de guerra.
- Conservara lembranças de miúdo.
; trouxera-las o pai numa caixa de sapatos
duas malas, ironicamente, de cor branca
atulhadas c’ um enxoval de pouco uso.
- De herança teve também a honra,
valor e o significado da palavra dada
intocável respeito pelo útero materno
e a aliança que os separar a vida toda!

( Dentro muros do cemitério, sem obrigação,
registou testamentário e disse liberto d’emoção
convicto disse: - Saberão que não mudo,
enterrando hoje a outra metade do meu luto.)


Cito Loio
11/13/Março 2015

segunda-feira, março 09, 2015

Cheira a Campanha

sexta-feira, março 06, 2015

Benditas sejam



quinta-feira, fevereiro 26, 2015

A SENHA 85, neste Portugal Europeu


O Vice 1º Ministro afirmou em inglês que era Português e Europeu, num idioma que não é a minha língua materna
Uma vez pessoalmente disse-lhe para ter atenção a Angola...
Hoje digo aqui, que devia ter-me dado ouvidos quando nos postamos perante o que está a acontecer com as remessas dessa parte do mundo.

Muitos nos liga Ex e muito nos separa.

Separa-nos a idade
O senhor é Português e Europeu
Eu sou Português Africano
O senhor não cumpriu serviço militar
Eu vesti a farda do exército português
O senhor sempre teve no bilhete de identidade a nacionalidade portuguesa
Eu tinha um B.I português de Angola e tive de optar por escrito a esta nacionalidade...!

Mas há uma coisa que temos em comum

Ambos temos ora o Cartão de Cidadão, escrito em Português e Inglês !!!!!!!!

Ofereço-lhe este poema que certamente melhor que ninguém perceberá o alcance...







SENHA 85


De senha na mão, Centro de Emprego
aguardava pacientemente a sua vez
admitindo só para si gostar de ser Grego
para negociar na Europa com altivez
sair pelas ruas numa manifestação
braço dado, cordão de solidariedade
erguendo símbolos duma nação:
- Descobrimentos e Santíssima Trindade

Restava-lhe o valor dum magro cheque
pró satânico silêncio de cada mês
descontado nos correios, outro frete...
...e nunca mais chegava a sua vez.

Desesperado pela espera febril ardente
na irracionalidade da razão do instinto
interrogou-se se valia a pena seguir em frente,
e ao balcão duma tasca, goladas de tinto,
vira dizer noticiado na TV feita a tradução
ao Vice 1º ministro, ser Português e Europeu
- No momento seguinte, acelerado um camião
passava na rua a mesmo tempo que Eliseu.

Nascera o acidentado numa terra africana
(desconheço se Moçambique ou Guiné)
- Trabalhara a vida toda 7 dias por semana
e o seu único apelido, de pai, André 

Portugal fora afinal maior que a Europa!
- Tem a história às vezes passagens giras
escritas pelas mãos de certa tropa
que levou a patuleia a engolir mentiras.

Do bolso já rasgado da velha camisa
passajada, as mangas sem vinco
colorida a vermelho sangue, desliza
manchada uma senha com o número 85.


CIto Loio


24/25/2/2015

terça-feira, fevereiro 24, 2015

Versos à minha morte

EMIGROU A SALTO


Emigrou desempregado o amor a salto
e à passagem pelo Triângulo das Bermudas
sobreviveu; _ não viu aranhas peludas,
cachorras com botas de tacão alto
pica-paus, uma vaidosíssima Garça-Real
negras andorinhas, investidas de transexuais
políticos donos de opiniões paranormais;
_ Virgem-Mãe ausente na Ceia de Natal!

Nem te viu a ti, viúva, casada, solteira
charmosa vestida à Moulin Rouge
que desespera à espera de quem não surge
subindo provocante íngreme ladeira,
nem bater do coração, despedaçado
e choroso por este que se desfez
expectante buscando sozinho sua vez
num sentimento ancestral, ora já desusado

Somando horrores num tempo custoso
afundou-se vendo que dele desistias
sem implorar à incontornável crendice

E regressou gasto, ainda mais saudoso
sem ataúde, amplas mãos vazias
e à ventura solicitando que o acudisse

No silêncio das palavras ela ignorou-o
e longínquo Deus desprezou-o


Cito Loio

22 a 24/2/2015

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

DEBOCHADO ÀS VEZES, POETA SEMPRE

 
DEBOCHADO
 ÀS VEZES,
POETA SEMPRE


Tornei-me um poeta vil e debochado,
passei a lamber ratas, mas cuidado,
limpas, que sujas nem mentes aceito
e nem é por questões de preconceito;
_ nunca gostei de papas de sarrabulho
guisados de bacalhau tal o engulho
cus com remanescências de cagalhão
lavados em água estagnada no verão.
- Delicio-me com bocas sorridentes
fazendo-me broches evitado os dentes,
alternando minetes sem polpa de tomate
com jardineiras que andam no engate,
alcunhado até ser porco de linguagem
por ladies que em trancadas de garagem
encornando o amantes com o vizinho
simulavam orgasmos, gemendo baixinho

De longe a longe escrevo coisas sérias,
condenações a decentes galdérias
para consolo de meretrizes (…) legais
que se saciavam c’ prontos de generais.

Um dia, se paga esta obra 'preço de ouro
trocarei o caqui por casacos de couro
metendo sobeja inveja aos coirões
que exibem no peito certos medalhões,
para de imediato e com dor de cotovelo
dizerem as más línguas com muito zelo,
“o gajo enriqueceu à custa dos poemas
desvirginando galináceas sem penas,
mas quando lhe murchar o penduricalho
o mulherio fará dele menino ao borralho”

Ó Poeta quão indesmentível foi a tua dor
quando ao povo que foi  navegador,
dada a Lusíada Epopeia, sem paridade,
desposaste a miséria com dignidade.

- Como tu, porém mais pobre e cuspido
morrerei sem pátria, pela amante traído.

Cito Loio
13 a 15 de Feveriro 2105

 



segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Dia Mundial da Honradez




DIA
MUNDIAL
DA
HONRADEZ
16/2/2015

21 anos após o falecimento de Manuel Nascimento Oliveira (Lei) m’pai (atingindo a Morte maioridade) decreto unilateralmente...

16 de Fevereiro
Dia Mundial da Honradez

agradecendo-lhe por tudo o que não me proibiu ser


Porque era o seu cantor favorito e a ária da sua vida….

E lucevan le stelle
ed olezzava la terra,
stridea l'uscio dell'orto,
e un passo sfiorava la rena...
Entrava ella, fragrante,
mi cadea fra le braccia...
O dolci baci, o languide carezze,
mentr'io fremente le belle forme disciogliea dai veli!
Svani per sempre il sogno mio d'amore...
L'ora è fuggita...E muoio disperato!
E muoio disperato...
E non ho amato mai tanto la vita!

E porque com ele aprendi a amar um sonho…

  
LONGÍNQUO ÚTERO


Jamais derramei lágrimas por Coimbra,
Lisboa dos 'cacilheiros ao entardar’,
impedido, de Elvas ao Porto trocar
o Restelo por passeios na Corimba,
e rosmaninho pelo cheiro da catinga

Navegando naus de silhueta disforme
bati-me por não perder o sonho
em tempestades de que não m’envergonho,
subestimada a revolta apaziguada a fome
sem confessar a dor que me consome

Arguido punho com trejeitos de delfim
sustive sem escudos guerrilheiro pranto
assistindo-me abusivo filho adúltero

E ao redigir cartas remetidas a mim
coloquei notas num diário sem encanto
evocando d’Angola longínquo prenho útero.

- Mas por ti m’pai que soubeste do meu sofrer
choro a terra e a mãe que não me viu combater.


Do Inácio

(Cito Loio)

15/16/Fevereiro 205

 
Web Analytics