quinta-feira, março 31, 2016

METAMORFOSES


In memoriam
(Do amor que me vi impotente de salvar)


METAMORFOSES


Saboreando ‘ tua pele ao rebolar pela memória,
cotejo o passado com o presente, e malicioso
aprecio toda ‘diligência que me pareceu inglória
ante créditos sem aval e teu suspiro auspicioso.
_ fosse a mentira pecado merecedor de punição
advogar-te-ia isenta de pagamento ou caução.

Mas com ligeireza, abalaste sem deixar endereço
espanando anelos, e conquistadora ida ‘idade
ofereceste-me incobrável prenda, que não mereço,
para que em desespero estrangulasse a saudade
tingindo outros rostos, expondo-me ao relento.
- Finda ‘obra rasgava tela desafiando ‘mau tempo.

Persuadido, nada valeu esperar por apelação
abrir ‘facebook em computadores emprestados
correr rastos com ratos, best likes  em desatenção,
teimosamente fingir que não vos via atarefados!
- Dentro imparável crescia sobranceira ‘agonia 
metamorfoseando a penumbra com a luz do dia.

Protegido d’então usando fraques de tristeza
revoluteei ante buzinadelas de calhambeques
e vislumbrado o vindouro ganho dele a certeza
por alamedas esquivado ao abanar dos leques 
sem braceletes nem anéis, laureei desencantado 
que d’animação poética só levaria o herdado.

Remido fogueei o resto das notas em lareiras,
e imperturbável aprumei uma caiada sinagoga
desligado dos valores carnais, exposto ‘rasteiras
penitenciando os pesadelos e sem vestir toga
fiz juízo das crenças assumidas sem fé visível
não viesse o dia que coisa alguma seria credível.

Assumida a desilusão, irrevogável fracasso,
juntei pedras soltas do pós desmoronamento.
- Pincelada ‘ilusão, refinei na escrita o traço
e com audácia dum viking, sem ensinamento,
transpondo bravias tempestades a meu modo 
cicatrizei feridas _ algumas já nem as noto.


Cito Loio



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