segunda-feira, agosto 26, 2013

Tapetes à entrada

Fim do conto Tapetes à entrada
(o início do conto foi publicado na facebook


Continuava dorido do pé mas foi meio a mancar até à janela da sala abrindo-a completamente – à sua frente o espaço da liberdade – descalçou-se colocou o pé sobre o parapeito a cerca de 60/70 cm de altura e viu o dedo grande do pé ensanguentado, golpe eventualmente feito quando saltara para se desviara do carro. Olhando de soslaio para o livro comentou ao pegar no corta unhas e pensou «Será que Ícaro viu sombras positivas!»

Naquela tarde Saturnino andou à beira rio, apreciou os ‘veraneantes de praias fluviais’ especialmente as crianças correndo à beira da água sem se importarem com tropeções, e sentou-se num dos bancos do passadiço apreciando as suas brincadeiras.

Levava o telemóvel novo, e tocava uma música brasileira com uma letra estranha – “O Havaí é áquí” – «Gaita assim é fácil rimar!». Sentiu-se fresco, renovado, esqueceu-se do dedo ferido e decidiu dar uma corrida de 20 minutos e devagar. À medida que ia correndo batia com os braços como se fossem asas sabendo contudo que não levantaria voo pois os homens não nascem com asas.

Sobre o meio do rio, talvez procurando peixe ou divertindo-se, uma gaivota fazia desenhos lindíssimos no seu vai e vem. Saturnino José pensou nas sombras de Platão…

- O velhote era capaz de ter razão!



Fim

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