segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Bolsas para 12 de Março...!

A BOLSA DO STRESS

Almoçava Domingo 27/2/2011 com o meu filho mais novo, (e novo de 22, estudante de 4º ano de engenharia mas que podia ser doutra qualquer porcaria), quando este, ostentando um sorriso de orelha a orelha me informou que já estava no site (!) que lhe tinham concedido a bolsa.

Perguntei-lhe de seguida para onde ia depois do almoço, respondendo-me, vou para a faculdade tenho muito que estudar.

Senti que estava muito mais seguro, entusiasmado, e eu com um peso tirado de cima dos ombros pois, graças à justiça neste país, e outras coisas, não tenho posses para sustentar nem pagar cursos superiores a ninguém.

Despedimo-nos, e já de conversa íntima com o fecho eclair, recordei o que falaramos, e a inolvidável satisfação em ter confirmado que um gajo de 22 anos está em acordo com outro de 57, o que sustenta a tal manifestação da Malta à Rasca, pois há certos sujeitos que nunca estão ou estiveram com as calças nas mãos – não é que isso me dê alegria, mas uma ou outra dificuldade serviria para os deputados na AG percebessem que o “país deles” é o mesmo de quem lhes paga.

Senhores da governação: durante 6 meses, este homem, como outros milhares de estudantes, viveram stressados pela angústia que a dúvida lhes oferecia, em não saber se teriam direito ou não à bolsa, para poderem continuara os seus estudos – durante este período, no entanto, quem decide neste país não viveu incerteza de lhe cair ao fim do mês um chorudo ordenado, subsídios vários, e descontos para uma reforma precária de 3000 euros por meias dúzia de anos de cu alapado no hemiciclo para levarem o país à miséria e provocarem a vergonha em que Portugal de encontra.

Durante um semestre estes jovens não estiveram em plenas condições para aprender o que o país espera que aprendam, e no futuro trabalhem para o engrandecer.

Um período de vida casados com a indecisão entre suspender um curso e bater à porta de uma multi-nacional a pedir emprego a recibos verdes, engrossando a lista daqueles que, marcharão num protesto contra a falta de condições de vida que se percebe haver e que no futuro se agravará

Cento e oitenta dias em que assistimos à pouca-vergonha que se passa com os vencimentos milionários de quem gere empresas do estado em situação deficitária, a vigarice que se sabe na falência fraudulenta de bancos que o erário público vai ter de pagar, escutas que se mandam destruir para que se não saiba quem é criminoso aos olhos do povo, subsídios de dia a deputados referente ao dia em que viajam com tudo pago inclusive o vencimento – tudo isto para dificultar a vida a um pai que teve de explicar ao filho, que o facto de não receber a bolsa não implicava que os que estão a trabalhar tenham direito a receber o ordenado pelo seu esforço.

Evidente que não é necessário um semestre para explicar porque acontecem coisas deste tipo.

Basta uma frase: É o país que temos e que o povo com o seu voto permitiu que se chegasse ao ponto de uns gajos que não sabem onde fica a Península Ibérica tenham o descaramento de nos insultar.

Não será por causa das Bolsas Universitárias que a marcha do dia 12 de Março se realiza; mas possivelmente terá mais gente...do que seria desejável


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