segunda-feira, janeiro 24, 2011

Best-seller

DE FACTO UM GRANDE LIVRO

Um dos meus amigos, sem me fazer qualquer favor, afirmou publicamente na FB e no Palacete, que Uma Persiana na Janela foi o talvez o melhor livro que leu em 2010.

Pegando nas suas amáveis palavras, e em consonância com certos comentários que me chegaram (por entrepostas pessoas), a opinião generalizada é de se tratar de um bom livro, e alguns até dizerem que acabaram de o ler com uma lágrima ao canto do olho.

Tal como já antes referira na Promoção do livro que efectuei na FNAC, passado dia 19, não se trata apenas um Grande Livro (palavras minhas) – é acima de tudo um Grande Romance, com a particularidade de congregar nele, História, Política, Análises Psicológicas das Personagens, e um dos mais Extraordinários Prefácios que alguma vez li, somado a um poema de Cito Loio, 4 versos (4 linhas) que encerra todo o sentimento colocado pelo autor nas Personagens e no Narrador, escrito em “voz on”

Uma Persiana na Janela é, contra ventos e marés, não como dizia esse meu amigo, apenas um dos melhores livros que leu o ano passado; é, e permitam-me a arrogância, o melhor romance de ficção escrito na última década, talvez o melhor romance escrito em Portugal desde 1974, se de uma vez por toda deixarmos de embarcar em construções literárias geometricamente concebidas para vender milhões, que na maioria dos casos 75% do conteúdo é do tipo “copy & paste”, mas que são apoiados pelos média e pelos interesses económicos.

Como Autor coloquei na obra mais do que dados verdadeiros, ou episódios marcantes; verti nela alma e todo o mar de sentimentos que transporto desde a meninice, a paixão de Cito, as catarses de Inácio. As páginas escritas em alta velocidade sem truques e em prosa poética fazem do livro um romance de pura ficção na senda dos grandes romancistas clássicos, e definem a génese do autor – e como dizia o meu filho mais novo depois da apresentação na FNAC – Portugal necessita de escritores clássicos.

Olho para Uma Persiana na Janela e pergunto-me o que Eça de Queirós mudaria, o que acrescentaria ou retiraria; infelizmente não posso contar com ele, mas olho As Minas de Salomão pousado na estante à minha frente, no momento em que escrevo este texto.

Penso ainda em Finis Patriae, e questiono-me se ofendo Guerra Junqueiro ao colocar no meu romance toda a poesia que aprendi dele “nos bancos da juventude”.

É negra a terra, é negra a noite, é negro o luar.

Na escuridão, ouvi! Há sombras a falar:

De parto do seu irmão mais novo Philipe Carey perde a mãe, e Somerset Maugham constrói com esta personagem um dos mais entranháveis livros que a humanidade pode ler, versando as fragilidades do ser humano, em Servidão Humana.

Para se conseguir que um livro seja um Best-seller expressão da língua inglesa para indicar os livros mais vendidos no mercado editorial – não são necessárias 500 páginas cheias de nada; bastam 91 páginas vivas que penetrem na alma de quem lê, e para isso torna-se necessário chegar ao grande público. O Prémio Nobel não tem de necessariamente ser atribuído ao livro Uma Persiana na Janela, nem está no meu horizonte tal, discordando até com a existência deste prémio para as artes e letras.

Estou muito mais interessado vê-lo nas mãos de todos as pessoas que compõem a Lusofonia, e o estado português pode estar descansado porque dispenso uma nota de condolências, e já não quero um euro de indemnização

Sem comentários:

 
Web Analytics