S.Social x Reformas Privadas
Este blog não constitui propriamente um espaço de controvérsia política mas também não é normal que fique indiferente ao que se passa à nossa volta, e se envolve coisas sérias, tais como a Reforma dos Portugueses
Escutava no último Prós e Contras, ilustres gestores/economistas e ex ministros deste país “dizerem de sua justiça” que as coisas vão mal, que é preciso mudar e com urgência, que os partidos políticos têm medo de apresentar as propostas radicais que são necessárias para que se inverta o estado “submergente” em que o país se encontra.
Alvitrou-se ainda uma quiçá hipótese de “cambio de regime”, onde só faltou afirmar que um poder totalitário, um regime ditatorial, ou mesmo uma monarquia assente no escudo e na espada, era o que salvaria a nação.
Quase que senti os cérebros dos famosos convidados a pensarem nas decisões que tomaram e que levaram ao estado de deterioração da economia de Portugal, mas nenhum deles fez mea-culpa ou aceitou perante os milhões de portugueses admitir que no seu processo de aprendizagem de governantes ou formadores os erro fazem parte da evolução.
Claro que dizer que no passado a moeda desvalorizava, e por isso era possível equilibrar a balança de pagamentos/contas do estado é fácil, mas deveriam ter explicado em que “anos” foi, porque se a memória não é curta, antes, “no tempo do outro senhor” o escudo não se desvalorizava porque o António não deixava.
Quem pagava a estabilidade é outra conversa e se havia democracia ou não é outro tema, que se podia falar abertamente caso quiséssemos entrar em conceitos filosóficos, tais como comparar a exemplo a percentagem de pobres entre épocas...e a tendência crescente da criminalidade, da corrupção do estrangulamento da justiça e por aí adiante.
Os estudiosos podiam certamente fazer centenas de teses de doutoramentos que provavelmente não conduziriam a nada.
Mas custou ouvir dizer (no programa a cores e directo) que antes a moeda era fraca e agora é forte, porque o euro é forte!!! È fortíssimo, por isso é que estamos mergulhados numa crise internacional que afecta quase todos os países da Zona Euro, onde o desemprego atinge cifras elevadíssimas – pessoalmente temo que se venha a ultrapasse os 20%, um pouco porque entendo que o limiar da Paz Social, sem confrontos internos, se situe nos 25% de desempregados (é neste contexto que não se devia admitir as ridículas afirmações que a malta não quer trabalhar, quer é subsídios etc e outras anormalidades proferidas por quem não faz a mínima ideia do que sofreram os nossos pais avós e muitos jovens acabadas as licenciaturas – ficamos com a sensação que esses senhores são todos descendentes de fidalgos da casa real).
Esperava ouvir entre outras coisas soluções concretas para tirar o país do desassossego, para inverter a marcha do emprego precário, para diminuir o desemprego criminoso, para garantir que no futuro os portugueses terão as suas reformas, e em valor suficiente que lhes permita viver com o mínimo de dignidade.
Precisávamos todos que alguém dissesse, independente do governo A ou B, o Estado é soberano, não vai à falência, a Nação é composta de Terra e Pessoas, e estaremos prontos para tudo fazer para preservar Portugal uno e coeso – e que o tempo da dinastia dos “Filipes” são sombras do passado, mesmo que alguns pensem que seria o melhor para a “península”
Ao contrário escutei esta coisa maravilhosa, em que a dado passo uns dos “ilustres” achava que se devia apostar no sistema de Reforma Privada, que é o mesmo que dizer “descontar para instituições privadas para depois receberem uma reforma” a juntar à da Segurança Social.
Fiquei enternecido e questionei-me: então se vão descontar para organismos particulares porque não descontam mais para a SS?
Terão medo que o Estado no futuro não tenha dinheiro para pagar as ditas reformas! Será que afinal as falências dos Bancos, Seguradoras, e outras, são virtuais?
O Estado gasta milhões para não deixar ir à falência certos Impérios Financeiros, pagar Indemnizações principescas, fecha os olhos os milhões desviados para “offcorses”, e não vai ter dinheiro no futuro para pagar reformas?
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Os Estados não vão à Falência; entram em rotura interna, têm guerras civis, sofrem alterações de regimes, mas falências não! Qual seria o país que decretava falência a Portugal? Que Banco Mundial ou Europeu teria coragem para selar as portas do país?
Que tribunal Julgaria o POVO pelo crime de incapacidade de governação?
Seríamos invadidos pelos nossos “amigos” europeus como o fomos no passado pelos exércitos napoleónicos?
Os Americanos transformavam a Pátria Lusa num Vietiraque?
Foi um programa muito sério, muito esclarecedor, em que, pelo menos eu, fiquei com a impressão que o futuro de Portugal está garantido - ou será que confundi tudo!
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