quarta-feira, dezembro 02, 2009

S.Social x Reformas Privadas

Este blog não constitui propriamente um espaço de controvérsia política mas também não é normal que fique indiferente ao que se passa à nossa volta, e se envolve coisas sérias, tais como a Reforma dos Portugueses

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Escutava no último Prós e Contras, ilustres gestores/economistas e ex ministros deste país “dizerem de sua justiça” que as coisas vão mal, que é preciso mudar e com urgência, que os partidos políticos têm medo de apresentar as propostas radicais que são necessárias para que se inverta o estado “submergente” em que o país se encontra.

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Alvitrou-se ainda uma quiçá hipótese de “cambio de regime”, onde só faltou afirmar que um poder totalitário, um regime ditatorial, ou mesmo uma monarquia assente no escudo e na espada, era o que salvaria a nação.

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Quase que senti os cérebros dos famosos convidados a pensarem nas decisões que tomaram e que levaram ao estado de deterioração da economia de Portugal, mas nenhum deles fez mea-culpa ou aceitou perante os milhões de portugueses admitir que no seu processo de aprendizagem de governantes ou formadores os erro fazem parte da evolução.

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Claro que dizer que no passado a moeda desvalorizava, e por isso era possível equilibrar a balança de pagamentos/contas do estado é fácil, mas deveriam ter explicado em que “anos” foi, porque se a memória não é curta, antes, “no tempo do outro senhor” o escudo não se desvalorizava porque o António não deixava.

Quem pagava a estabilidade é outra conversa e se havia democracia ou não é outro tema, que se podia falar abertamente caso quiséssemos entrar em conceitos filosóficos, tais como comparar a exemplo a percentagem de pobres entre épocas...e a tendência crescente da criminalidade, da corrupção do estrangulamento da justiça e por aí adiante.

Os estudiosos podiam certamente fazer centenas de teses de doutoramentos que provavelmente não conduziriam a nada.

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Mas custou ouvir dizer (no programa a cores e directo) que antes a moeda era fraca e agora é forte, porque o euro é forte!!! È fortíssimo, por isso é que estamos mergulhados numa crise internacional que afecta quase todos os países da Zona Euro, onde o desemprego atinge cifras elevadíssimas – pessoalmente temo que se venha a ultrapasse os 20%, um pouco porque entendo que o limiar da Paz Social, sem confrontos internos, se situe nos 25% de desempregados (é neste contexto que não se devia admitir as ridículas afirmações que a malta não quer trabalhar, quer é subsídios etc e outras anormalidades proferidas por quem não faz a mínima ideia do que sofreram os nossos pais avós e muitos jovens acabadas as licenciaturas – ficamos com a sensação que esses senhores são todos descendentes de fidalgos da casa real).

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Esperava ouvir entre outras coisas soluções concretas para tirar o país do desassossego, para inverter a marcha do emprego precário, para diminuir o desemprego criminoso, para garantir que no futuro os portugueses terão as suas reformas, e em valor suficiente que lhes permita viver com o mínimo de dignidade.

Precisávamos todos que alguém dissesse, independente do governo A ou B, o Estado é soberano, não vai à falência, a Nação é composta de Terra e Pessoas, e estaremos prontos para tudo fazer para preservar Portugal uno e coeso – e que o tempo da dinastia dos “Filipes” são sombras do passado, mesmo que alguns pensem que seria o melhor para a “península”

Ao contrário escutei esta coisa maravilhosa, em que a dado passo uns dos “ilustres” achava que se devia apostar no sistema de Reforma Privada, que é o mesmo que dizer “descontar para instituições privadas para depois receberem uma reforma” a juntar à da Segurança Social.

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Fiquei enternecido e questionei-me: então se vão descontar para organismos particulares porque não descontam mais para a SS?

Terão medo que o Estado no futuro não tenha dinheiro para pagar as ditas reformas! Será que afinal as falências dos Bancos, Seguradoras, e outras, são virtuais?

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O Estado gasta milhões para não deixar ir à falência certos Impérios Financeiros, pagar Indemnizações principescas, fecha os olhos os milhões desviados para “offcorses”, e não vai ter dinheiro no futuro para pagar reformas?

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Os Estados não vão à Falência; entram em rotura interna, têm guerras civis, sofrem alterações de regimes, mas falências não! Qual seria o país que decretava falência a Portugal? Que Banco Mundial ou Europeu teria coragem para selar as portas do país?

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Que tribunal Julgaria o POVO pelo crime de incapacidade de governação?

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Seríamos invadidos pelos nossos “amigos” europeus como o fomos no passado pelos exércitos napoleónicos?

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Os Americanos transformavam a Pátria Lusa num Vietiraque?

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Foi um programa muito sério, muito esclarecedor, em que, pelo menos eu, fiquei com a impressão que o futuro de Portugal está garantido - ou será que confundi tudo!

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