domingo, outubro 18, 2009

Um pouco de nós...

Liceu Salvador Correia

(Comemoração dos 90 Anos)


Lançamento do nosso Livro


"Viva a Malta do Liceu"

a decorrer nos seguintes locais e datas:


LISBOA - Fundação Cidade de Lisboa (Campo Grande, 380) - dia 23 de Outubro às 18h30m
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COIMBRA - Museu da Água (Parque Dr. Manuel Braga) - Dia 31 de Outubro às 18h30m
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PORTO - Instalações do Inatel (Rua do Bonjardim, 497) - Dia 07 de Novembro às 18h30m

Só não é livre

quem não luta

pelos seus ideais.

Aos meus amigos devo-lhes a ternura, as palavras de incentivo, os abraços de amizade.

Por eles paguei a factura que a vida me cobrou em cada momento

Inácio Castelbranco


Do futuro romance Loio & Schimuna

(decorria o ano de 1973)

O fim das “aulas nacionais” estava à porta e havia algo na atmosfera a segredar-lhes que o governo central parecia estar em pânico, a guerrilha viva mas em banho-maria, a pressão internacional a fazer eco, os apoios a forças de libertação no terreno via-descuido, e que o chefe da nação dos malmequeres já não teria a mesma força ditatorial

Badalava-se que até era de certa forma a favor de mudanças que favoreceriam no futuro um equilíbrio social dos povos da sua nação, orgulhosamente multirracial.

A abertura e as intenções do novo senhor da cadeira preocupam certos quadros militares e altas patentes do Movimento; a autodeterminação e a criação de quadros com base nos activos que estavam no terreno, tinha de ser travada

Era urgente, imperioso, haver uma revolução enquanto o domínio do “País” estivesse no controlo das forças opressoras; tinham que acabar com as patentes militares oriundas do território oprimido.

Sente-se dentro da Tugália que poderá haver uma explosão, e mês a mês o mal-estar aumenta – decididamente Junho não é um bom mês, e a policia avança contra os estudantes!

Inacreditável comentam os defensores da MALTOSA, deviam levar a dobrar rogavam alguns, mas eram cada vez menos os que o faziam.

“As pauladas” aos miúdos não estava no contracto; eram rapazes e raparigas jovens, tenros demais, e nem sequer estavam envolvidos com as lutas dos manos universitários que andavam lá por fora a curtir o cumbu dos “cotas”.

Queriam matar a revolução à nascença e havia necessidade de criar um clima que levasse a antecipar o que era já suspeito que viesse a acontecer.

Um golpe tugalense para entregar o “País” às forças dos amigos.

Os confrontos ultrapassaram as previsões.

Houve feridos e isso não era o melhor cartão de visita que garantisse às autoridades governamentais a benesse da dúvida; tinham traído o próprio governo, e fora do lado de dentro.

O exército “tugalense” estava apinhado de “manos”, oficiais, sargentos e soldados, que já começavam a não engolir ordens para disparar contra os amigos, contra irmão e primos!

A revolta dar-se-ia por dentro, e estava em marcha.

Era necessário parar a “Revolta dos Manos”, evitar uma tomada de poder pela força da revolução, pela força da razão; a revolução armada contando com os militares naturais do País e a sua capacidade bélica somada aos quadros existente no todo do território, colocava os altos comandos políticos do “Movimento” e os seus amigos tugalenses, fora dos meandros da decisão.

Sabiam que perderiam a legitimidade de tomarem o “País” com o apoio do exército regular, e já não podiam afirmar que o teriam do seu lado.

Inadiável iniciar um movimento que levasse à queda do regime opressor, que permitisse substituir os militares do “contra” por militares no “futuro regime” que estavam próximos dos manos que assentavam praça nos cafés do Leste

As altas chefias do movimento davam-se com os meninos exilados, e estes com os amigos militares de altas patentes que ficariam quietos a ver a procissão passar.

A guerra no “País” estava nas lonas, e não havia justificação para que não se fizesse uma comissão e se enchesse os bolsos de cumbu à fartazana. Os milicianos curtiam mais que guerreavam.

Constava que havia oficiais manos que chegasse para assegurar o comando em todas as unidades de todas as especialidades; teimosamente e convenientemente mantinha-se “especialistas” e enviam-se outros da “Tugália” para substituir os que terminavam as comissões.

Não interessava uma moderna “tomada da pastilha”

Na Pracetas e nos Largos do “País” a frase “independência ou morte” começava a fazer sentido.

Os pais e familiares de alguns jovens estudantes envolvidos nos confrontos com as “forças maléficas” não gostariam que isso voltasse a acontecer, muito menos com os seus filhos envolvidos e que nem sequer pertenciam aos manos; o governo tem conhecimento desse mal-estar, e que também estavam na contenta muitos jovens oriundos de famílias tradicionais, muitos “Manos”.

Tentou-se apagar o incidente mas a nódoa caíra na “Tugália” e os meninos revolucionários do papel, tinham de dar ao pedal para que se precipitassem os acontecimentos.

Era urgente a mudança de governo para que no “País” entrassem em segurança e com “papel passado” os amigos, companheiros das “cervejas lestianas”.


Inácio Castelbranco

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