quinta-feira, abril 13, 2017

Boa 5ª feira com ou sem Páscoa

Sinto-me ainda magoado, dorido, não apenas por fora que por dentro ficaram dores tamanhas que há muito enfrento sem que para elas houvesse remédio que pudesse achar.

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CIRCO DA VIDA

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Tu que fazes da vida um eterno circo
vestes, fresca, caras e coloridas roupas
para bailar ao som do último kizomba,
não vês quão de mim estás distante
pois ainda danço sentidas valsas
uso fatos clássicos de trespasse,
e escrevo no silêncio do meu quarto
cartas que ninguém lê nem as reparto.
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Braço dado c'um amante novo e rico
despreocuada com o que não poupas
desfilas sem ver q'o serviçal alomba
para comprar aos filhos peças de cetim
trajando ao domingo 'mesmas calças,
agredido como Cristo dar 'outra face,
enquanto desprezas seus queixumes
ferindo-o com facas de dois gumes.
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Contrariando Pilatos mudança de latitude
dar-te-ia como única fortuna o coração
sobrad'em vida, tempo de servidão.
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E andante de Roma 'Fátima outra atitude
terei, abertas as celas da servidão,
para sustento, pouco mais que a solidão.

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Cito Loio
(Poemas sem data nem valor)

quarta-feira, abril 12, 2017

É TANGA

Passageiro agredido e expulso de voo da United após erro da companhia. 
Com o avião cheio, a companhia aérea americana queria transportar quatro funcionários e pediu a passageiros para saírem "voluntariamente". 
Um dos escolhidos acabou por ser agredido.
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A somar a isto, temos a Coreia do Norte a Síria, ataque em Estocolmo, a resposta do Irão, aviso da China, o PE a lixar os países para manter o paraíso prós deputados, decapitações armas químicas, a diminuição da população portuguesa em cerca de 2,5 milhões até 2080, o aumento da esperança de vida para morrermos de fome ou sermos agredidos à catanada pelos filhos (não no meu caso que eles sabem que sou o único e melhor pai do mundo) afirmações despropositadas de políticos que não engolem derrotas, ofensas à dignidade dos povos do Sul, situação explosiva na Venezuela, industria farmacêutica a alertar para epidemias, jogadores de futebol a agredirem árbitros, claques quase transformadas em exércitos sem farda, comunicação social a transformar um murro numa cena de execução sumária, e se não chegasse, salvando-se no meio de tanta desgraça os afectos do Marcelo para com os sem abrigos.
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Face a tanta miséria, e colocando uma interrogação quanto à segurança na na visita do Papa a Fátima dei por mim a escrever coisas mais brejeiras...

É TANGA

Dantes pr'uma verdadeira dama dar prazer
bastava chupar-me com sofreguidão 'mangalho
duro troço de carne chamado vulgo caralho
que serv'entre muitas outras coisas para foder
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Presente, prefiro beijos c' saliva no careca
lambedelas c' cuidada delicadeza nos tomates
afim de me prepararem pra duros combates
q'antecedem primeira única e última queca.
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Claro que "vocês inda dão muntas seguidas"
tomadas cápsulas do misericordioso Viagra
que transformam em forte uma coisa já fraca
permitindo montes d'ejeculaçoes divertidas.
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Só que num belo dia e em plena foçanga
sentindo estranha aguda dor no peito
(perdidas forças para abandonar o leito)
concluirão q'isso de tesão eterna...é tanga.

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Cito Loio

segunda-feira, abril 10, 2017

NA BIBLIOTECA NACIONAL



Uma verdadeira bosta, quase parecida com o que escrevi...


NA BIBLIOTECA NACIONAL


Qualquer marmanjo pode fazer u' poesia
desflorar a madre-freira na sacristia
enquanto come sopas de cavalo cansado,
pegar c'a leveza das letras num arado,
puxar como os burros d'então as noras,
e montar éguas sem utilizar esporas.


Bastas vezes tenho dito, fácil ser profeta,
por difícil encarnar o papel do Pateta,
e conduzindo um pequeno Gogomobile
casar nos Jerónimos a Mini em pleno Abril,
apadrinhado pelo excelso professor Pardal
fazer lua-de-mel na Disneylandia sem capital.


Sim que pode queira, até escrever baboseiras
utilizando os PC's em troca das lapizeiras
por mais fácil corrigir um erro gramatical...


Incluso publicar em livro a própria histeria,
casar em Roma Jacob com 'formosa Lia
registando a boda na Biblioteca Nacional.


(Qualquer um pode escrever poesia
não poemas, q'estes carecem de magia)




Cito Loio
(Pemas sem data nem valor)

Viver da herança



Passos Coelho: O Porto é uma cidade que “está parada há quatro anos, a viver da herança recebida” de Rui Rio...

Excelso Senhor...

Primeiramente informo-o que vivo no Porto há 33 anos e nunca recebi herança alguma, antes pelo contrário, perdi o que seria meu por legado paterno dado que os políticos deste país preferiram destruir uma pátria a manter a independência política e financeira de Portugal, isto para não dizer que venderam a própria mãe.
Todavia e antes de falar do Porto para dizer o que disse, se é que o disse em consciência, ou se por mero interesse eleitoralista , "eu" que até fiz parte das listas do actual presidente da câmara, dr Rui de Carvalho de Araújo Moreira, aconselho-o a escutar esta música atentamente.
E para que não perca muito tempo digo-lhe antecipadamente que o Carlos era além de um grande homem poeta e músico, médico, nunca lixou financeiramente este país nem os pobres que votaram em si em 2011, e jamais, fosse vivo, venderia a Pátria.
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Adolfo Inácio Castelbranco d'Oliveira



domingo, abril 09, 2017

Sem zombarias






NÃO ZOMBEM
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Meti-me por ruas que a alguém pertence
Onde passam automóveis e bicicletas
Carros de bébé, cadeira de rodas
Piões esquecidos d'utilidade do passeio
E gatunos que andam em liberdade.
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Gente bem vestida que não me convence
Outros q'andam a imitar atletas
Alguns q'apressados vão prás lotas
À caça de jovens que dispensam paleio
De quem desaparece sem fazer alarde.
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E vejo tipos disfarçados de macho
Montra de músculos made in ginásio,
Embelezados c' pós de perlimpimpim.
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Só a tua pequena sombra sequer a acho
E pela razão perdida de me chamares Inácio
Percorro a tristeza esquecido de mim.
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(Se por chalaça m'acharem louco
Não façam de vossos filhos pouco)


Cito Loio
6/4/2017

sexta-feira, abril 07, 2017

NÃO OUSO

Ataque na Síria; parece até prova que as imagens apresentadas nas TV's são fidedignas que morreram inocentes. 
Sou contra tudo o que envolve a morte de pessoas especialmente envolvendo crianças, mas não é necessário tanta publicidade em redor do que se passou com o tal ataque que, e segundo fontes de quem o fez, fora atingido um armazém que continha armamento químico (talvez gás-sarin ou algo semelhante) o que me leva a questionar:
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- Que raio de gente que tem isso num centro habitacional?
- Porque existem crianças junto a estas zonas
- Morreram quantas e foram vítimas deste bombardeamento ou são os tais danos colaterais?
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Recuei no tempo, num tempo que se faz longínquo e veio à memória outros bombardeamentos que não mereceram por parte dos "média portucalenses" nem do povo qualquer acto solidário para com as vítimas de então, o que me fez ir buscar algo que escrevera muito antes do ataque em Khan Sheikhoun.


NÃO OUSO


Pumpumpum, mais uns quantos estoiros,
caças bombardeiros turbinas a dar gás
levando estranhas mensagens de paz;
_ morriam crianças? _ até morriam toiros!

Fardado de jovem, vestido d'azul e branco,
evitava (escutando um projéctil que zunia
ao mergulhar sobre o zinco em agonia)
cuspir-me 'monta-cargas a novo solavanco.

Raiando o Sol, em tempo de útil repouso
vinham vagas esmorecidas, confessar
segredos retidos nas profundezas do mar
trazidos em naus.- Desvendá-los não ouso!


Cito Loio
Terminado a 17/03/2017
(Poemas sem data nem valor)

quarta-feira, abril 05, 2017

NUNCA ME MORDEU

Num dos dias que cheguei a casa...




A 4 de Abril de 1992, falecia o senhor capitão Salgueiro Maia um herói que pegou nos tanques pagos com o dinheiro dos colonos, gasolina oriunda de cabinda, bem alimentado na messe de oficiais, vencimento três vezes mais elevado que o dum qualquer técnico superior de saúde na época, camuflado  sem manchas da mata ultramarina, e, rumou heroicamente em direcção a Lisboa para derrubar o Marcelo Caetano, homem que as únicas armas que dispunha era caneta e a inteligência, numa Revolução Abrilista sem comparação na ancestral história lusitana.

Pois hoje se a memória não me engana vão 42 anos que separam o momento actual e a primeira vez que carreguei um Boeing 747 na pista do aeroporto de Luanda, fotografando ao vivo a cores com som e lágrimas os portugueses fascistas que retornavam à terra que os vira nascer, na sua maioria antigos militares que depois de cumprido o dever para com a pátria procuravam noutras terras do Império condição para viverem com dignidade dado que a metrópole era muito boa para passar férias no verão ou para os gajos que metiam o "Chico" andarem a pavonearem-se pelas ruas da baixa Pombalina mandando piropos às universitárias que com sacrifício dos pais, lá iam tendo money para estudar e para abanarem a bunda nas disco da capital, já que pelas "Caves" em Coimbra os estudantes eram todos Chés em que alguns também usavam  barbas revolucionárias, outros tinham carapinha preta sem missangas já que esses artefactos era para o pé descalço dos bairros indígenas.

Sim, 42 anos me separa desse primeiro voo da maravilhosa Ponte Aérea duma Descolonização Exemplar, onde até muitos naturais escarumbas  deram à sola para não serem fuzilados por crime de cumprimento de ordens de quem lhes proporcionava meios para darem sustento aos próprios filhos. Tempo suficiente para varrer toda a mágoa, esquecer a vilipendiada miséria vestida de fraldas, os lençóis esticados no chão da sala de embarque lavados em mijo, as canções chorosas entoadas pelas crianças tão apavoradas quanto os seus próprios progenitores, e o riso dos madiés guerrilheiros de calções que recebias as G3 benemeritamente abandonadas nos depósitos de armamento nos ignóbeis quartéis do exército opressor.

Mas a verdade, é que certas verdades não se conseguem transformar em mentiras, e mesmo estas são perpetuadas pela força do interesse financeiro, pecado original, quase tanto como Incesto da Criação; Caim matara Abel talvez por ciúmes, talvez porque queria a mãe só para ele, ou talvez porque, tal como o 25 de Abril, havia pecados que não poderiam acontecer. Resulta desde esse princípio do principio do mundo tal como nos impingiram, que a memória é traiçoeira e, quando julgamos apagada dela cenas horrendas, uma miserável notícia faz com que se avive e em ez de se apagar volte ao consciente, dando razão à "psicologia" e à filosofia. O Homem é um ser eminentemente social, e a sociedade a razão das guerras e dos crimes, não olhando à incapacidade de defesa dos idosos nem à inocência das crianças, razão pela qual súbito veio-me à memória o trajecto que fazia desde o aeroporto e o largo Diogo Cão junto ao porto de Luanda, o prédio da Cuca, a Apolo XI e o velho Liceu símbolo duma época gloriosa onde até o presidente da república popular de Angola estudou antes de vir, pobre, tirar o curso numa qualquer faculdade do país que ele combatia acerrimamente. 

Mas nestas recordações não podia deixar de parte a imagem do Pitadas, um cão rafeiro, porte pequeno, pelo preto com um losango branco no peito e 3 pés da mesma cor (está na moda chamar menino aos perros), e a suas diabruras com as cadelas vadias, tão vadias como outras que circulavam pelo bairro das putas ou nas avenidas concorridas das cidades coloniais usando colares de rasca lata e mini-saias para mostrar convenientemente o presunto. E desse cão guardo no álbum da recordação fantásticas incursões por quintais  perseguindo gatos, na caça aos pardais, ou simplesmente um relaxar de músculos para vencer a pasmaceira dos dias de férias passadas no  cacimbo, que os desgraçados dos pobres no "puto" a única riqueza que tinham era férias grandes, 3 meses, passadas em pleno verão europeu. Claro que os nativos africanos nessa altura aproveitavam para dar uma escapadela para os países nórdicos que as loirinhas, segundo constava, gostavam de levar com o troço colorido grosso e teso.

De entre tantos disparates que escrevi, existe algo que para além de ser verdade é digno de um homem nunca se esquecer;_ nunca o Pitadas me mordeu...


NUNCA ME MORDEU


Descendo Av. Camões ao Largo dos Lusíadas
apontando para mim a velha Maria da Fonte,
ao repousar o olhar, mostras de testa franzida
à varanda, apartamento no Prédio da Cuca,
contava as ondas miudinhas da baía de Luanda;
_ de noite deixada para trás a Brito Godins
preterindo 'casa rumava decidido pelo Eixo Viário
estacionando a viatura no Largo Diogo Cão.

Esquecia Homero Platão - q' é isso de Tríadas,
Madame Curie, um Confúcio que andou a monte,
e sem toques de buzina na noite perdida
interrogava-me se um Macaco Velho se educa
estaria 'batuque na origem do fado e do samba
pelas lezírias alentejanas corriam saguins 
se os frangos com camuflado eram de aviário...
...e o porquê de nunca me ter mordido o meu cão?



Cito Loio
5/4/2017
Iniciado precisamente no dia que se comemorava 25 anos da morte de Salgueiro Maia, e terminado no dia em que talvez o Pitadas tenha ladrado de alegria ao ver-me chegar são e salvo a casa.


terça-feira, abril 04, 2017

FADO NOVO



Um dia desembarquei em terras lusitanas. Vim para não ficar, mas nem sempre concretizamos os sonhos.

Neste mês de Abril muito se comemora até o dia da liberdade.

Eu que pensava que maior liberdade não havia que transformar os sonhos em realidade!!!



FADO NOVO


Tecia quisesse palavras para um fado novo
enaltecendo o brilhantismo deste povo
grata memória, tarde, não se apagasse
se com novas trovas um'outra voz 'cantasse

Fado, descontadas as caravelas do regresso,
evocativo da força dum antigo progresso
símbolo da vontade sem conhecer limite
pró legado humano, que só 'sonho permite

E que as notas voejando no ondular do vento
envolvessem estátuas noutros hemisférios
indiscutível representação de homens sérios.

Chegada a hora de meu último chamamento
verá o mundo 'conclusão de nobre tarefa
a menos que pelas armas alguém o impeça.



Cito Loio




sábado, abril 01, 2017

Matumbo...eu!



Memórias de Matumbo




1 de Abril, dia das mentiras resolvi oferecer-vos algo que poderá ter acontecido, ou talvez seja apenas mais uma história do passado glorioso em que só um matumbo como eu acreditaria ser verdadeira.









SEM GARANTIA


Forçado viu-se incapaz de estancar a revolta assistindo ao funeral dos seus conterrâneos que preterindo fugas por subterrâneos iam heróis de guerra sem garantia de volta. No entanto guardara na memória pedidos de socorro toques sem nada a ver com código Morse, mas da caneta escrevendo à consorte do amigo Sequeira, Pais, e do Zé do Gorro. Da densa mata guardara ainda agreste perfume, incómodos zumbidos da mosca Tsé tsé, arquitectónicos morros da formiga Salalé e no cacimbo Brandy junto brando lume conservando porém algo mais importante; _ negra carapinha num corpo de pele macia sedutor bambolear de ancas com magia e no escuro da cubata um grito arrepiante. Peregrinando, e ultrapassada dor a custo afagava tristezas com copázios de bagaço refrescando o desânimo sem embaraço aluguer de cama com pegas de flácido busto. Contando célebres combates pelas tascas prendia a atenção de atónitos ouvintes pouco mais jovens, mas como ele pedintes que ingeriam igualmente bebidas rascas.


Findo Outono Inverno Primavera era o Verão, tempo de férias no Portugal colonizador que as novas gerações fruto duma antiga dor estavam-se marimbando pró novo patrão e vinham esbeltas cabelos já desfrisados, algumas até com eles cor do benemérito ouro ostentando-se filhas dos donos do tesouro corteses vendilhões de barris classificados. Desfile em desfile numa gigantesca passerelle Wanda Prometeu ficava de todas a destoar que o seu sorriso enchia qualquer lugar e o andar digno duma nobre mademoiselle. Desconhecida tumba de mãe, paradeiro do pai, agradece a educação a uma família chinesa (vestes calçado e o que lhe oferecia a mesa) até que um dia teve esta de regressar ‘Xangai, fazendo-se contudo mulher de predicados expressando-se diligente em bom português, sedenta de conhecer alguns dos porquês de ser Europa atractiva à prática de pecados.
Aprendido inglês francês e até o alemão, fazia-se ainda jovem às pistas mediáticas deitando pró esquecimento cenas dramáticas ao aprender não existir futuro em 2ª mão… Descida em terras de bom acolhimento apreciando o aeroporto, sorriu, via-se feliz; _ não lhe escaparia um lugar de actriz ou não fosse como mulher um monumento. Rendeu-se lusíada terra à nova locutora percorrendo-o numa anunciada digressão tomando nome artístico “Wanda Leão” dizendo entrevistada nome da progenitora.


Escutando o dito na TV Rosalino estremeceu. O aspecto da rapariga era-lhe familiar como era inconfundível tão expressivo olhar, avivando-se-lho nome de Josefa Prometeu, transbordada a mente por rios de incredulidade, e perante gritos de “sangue do meu sangue”, deixou tombar a cabeça já inerte e exangue trespassado por cúpidas setas de saudade. Pode mais a vontade que seu parco recurso atirando-se o homem com destino incerto posta a dúvida se algum dia dela chegaria perto ou se o aceitaria no final do árduo percurso, e rompido um sábado em tarde solarenga quis o destino que acontecesse o encontro sem acautelar se Rosalino estaria já pronto para receber Wanda Prometeu de prenda.


Passeando com um amigo pela cidade do Porto resolvemos, chegados à praça dos Aliados tomar mos um café, e rindo descuidados escutei esta história pela boca de João Corvo. Tempos mais tarde, vestido na pele de Cito, partilho este conto percebendo-se afinal nem só de terror se viveu o tempo colonial, e a prová-lo, isto que aqui vos trago escrito.


As histórias nem sempre se fazem de incógnitas, e esta, por força duma mera casualidade, tinha marcada um final pleno de felicidade por haver quem ostentasse forças faraónicas, e corridos dez anos do café tomado com Corvo celebrava este a chegada de uma neta, de aparência, disseram-me, mestiça pela certa que só para gente vil constituiria estorvo. Tardou mas vim a saber que Segismundo casara com a filha de Josefa Prometeu, ela crente, ele declarado um convicto ateu nascido numa zona que chamavam Bailundo.


De narrações como a presente, assaz irrelevante, e que não posso garantir ser verdadeira, existem diversas ornadas da mesma maneira, mas que a memória só pelo silêncio o garante.



 Do Inácio ao  Cito Loio
28 a 31de Março 2017

terça-feira, março 28, 2017

É para toda a vida


Demorei a decidir enviar um recado ao sr. 1° ministro sobre o desagradável episódio que envolveu o presidente do Euro grupo. Não consegui resistir.

Disse V. Ex° que o fulano em causa deveria pedir desculpa pelas afirmações dirigidas aos povos do Sul. Engano seu, senhor Costa, que ao contrário dos insultos, as ofensas não são desculpáveis, e fique sabendo que quem me ofende...ofende para o resto da vida.

Claro que este ponto de vista é de quem tem uma visão diferente da sua no que respeita à dignidade pessoal e colectiva.



Bom mandato.

segunda-feira, março 27, 2017

Talvez não tarde o dia



O QUE VOS LEGAREI


Sei que um dia escreverei invioláveis versos
alargado poema, desconhecido princípio e fim
que emocionará quem nunca ouviu falar de mim
achando-me em cada frase homem controverso
para inabalável e na mais profunda dignidade
legar ao mundo toda 'indestrutível verdade.

Cantarei neles dores duma nação ultrajada
assaltado 'povo por quem perdido o respeito,
condecorou com medalhas o próprio peito
desprezando os bravos sem direito a nada
jogando-lhes insultos na forma de chacota
rindo até dos que defenderam a própria Europa.

E permitirei que se louve por este punho
e se verta nas folhas duma velha sebenta
os que nascidos nos anos cinquenta
em actos tomados de forma mui louvável
defenderam terra que era sua por nascimento,
e outros que o fizeram por Juramento.

Deslizada a pena vereis no que me tornei
e ante memórias que jamais se apagarão
traço ora o letras que se agigantarão
nome do qual por sangue nunca me esquecerei
que dum Adolfo herdei a vontade férrea
de homem peito aberto à feroz miséria.

Constituído estes verso num raro poema
saberá a humanidade extinguidas 'guerras
só os valorosos atingem o cume das serras
vendo do alto quem deles nunca mostrou pena.
- Tardando o dia que este navio atraque 
celebre-se a vida sem os sinos a rebate.

Contudo, anunciada a hora do meu final
e por terminar esteja esta última epopeia,
que dela apanhe novo trovador boleia
e glorifique identificado nome de Portugal
por perdida na distância todo 'encantamento
da terra que me viu crescer em sofrimento . 

E de tal padecimento não chegaram avisos
ou sinais de bondade, causando dolo
antes vozes crispadas elevadas em coro
exigiram pena capital em gestos precisos
mui antes de desembarque a porto seguro,
intuito de evitar saber-se a verdade no futuro.

Hoje às vezes cansado trémulo o corpo
sustento ainda inusitada vontade de vencer
mantida mesma forma de estar e de ser,
derrotados 'fantasmas num hercúleo esforço
pois só 'tempo ao engenho dá descanso
se terminada for esta obra num só canto.

Finita a angústia por engalanada praça
do génio o seu espírito imolar-se-á
entre aplausos novo brado emocionar-se-á
ao cantar a força desta antiga raça,
e num olhar de pureza com voz serena
dirá - enfim pôde dar paz à sua pena...

"Pousada a caneta que um outro se levantou
já em tempo de desterro aceite 'castigo
seguirei destinação do que antes fora escrito
continuando-se a obra que me valorou
constituindo esta última construção poética
farol que iluminará "minhalma" até ora céptica"



Cito Loio
21 a 23 de Março de 2017


quarta-feira, março 22, 2017

do Filme "O IDIOTA"

Ao contrário dos nossos governantes não sou politicamente correcto, daí relativamente à afirmação deste sujeito ( e a ser verdade) apenas concluo que ele deve ter recebido uma foto da mãe deambulando pelo Intendente, ainda ele estava nos tomates do pai.
Gosto de copos, de mulheres, desconhecendo se porventura este iluminado não gosta mulheres pelo ar lunático aconselha-se umas visitas ao Magalhães de Lemos.
Mas ele tem alguma razão acaso se tenha referido a mim por isso ofereço-lhe este escrito pedindo a quem saiba e o conheça que traduza para língua de serpente.


GASTO POR CÁ
.

Cresci sexualmente depravado
Satisfeito 'desejo em pachocas e umbigos
Granjeando o respeito de muitos amigos
Sem nunca Delas me ter fartado.
.
Tropeçado em múltiplas esparrelas
Levantei o mastro em protesto
Que por vergonha só não conto o resto
Nem o q'escutava, sorrindo para Elas.
.
Cansado vi-me, mas nunca me fartei
Obrigado a refrear lingua moca e dedos
Pois a carta velha dispensa selos.
.
Um dia, chegada a hora em que partirei
Sei que da vida apenas restará 'recordação
Gasto na terra suor saliva e a tesão.

.


Cito Loio
Terminado 22/3/2017


Ah! Senhor Dusss qualquer coisa vá-se catar, e Delas e Elas vai em letra maiúscula por o "Je" tem um respeito quase divinal pelas mulheres

.

terça-feira, março 21, 2017

E...ZÁS!

Hoje, dia mundial da hipocrisia, desculpem o engano da Poesia, mesmo que não se escrevam poemas, gostaria de oferecer a todos que se riram de mim, me julgaram um palhaço vestido com juba, um pequeno escrito acompanhado duma soberba interpretação, num conto que no fundo reflecte com verdade a minha meninice.





E...ZÁS!


Queria regressar ao tempo q'era criança,
afrontar tempestades ao adormecer
acarinhado nos braços de nh'única avó,
escondesndo-lha dentadura postiça,
deliciar-me c'os suspiros da Natividade
e imitar no banho o tenor Mario Lanza,
Recitar!..Vesti la giubba, até enrouquecer,
ver as coxas da criada a limpar o pó,
jogar ao pião, escapulir afoito da polícia
ao vagabundear por becos da cidade,
dar por certo, no tempo, meus enganos
mudar a história d'amores sobrevividos
alterar o futuro vivendo-o na mocidade,
e num estalar de dedos reparando danos,
provar de novo sabores conhecidos
sentindo o corpo a brincar com a maldade.

Voltaria a cometer iguais desvarios
imergido nas águas dos mesmos rios;
_ sim, queria, pudesse, voltar atrás,
e quando todos dessem conta, eu...zás!


Cito Loio
(Perdoem as lágrimas vertidas neste poema sem data ou valor)

domingo, março 19, 2017

Avô no dia do Pai

Poema dum Avô no dia do Pai
e quem não gostar tem bom remédio; leia poemas sem rima 



EJACULAÇÕES POÉTICAS


Foda-se e calem-se duma vez por todas
q'essa merda de poemas sem rima
é o mesmo que foder sem tesão,
ejacular pela boca bolinhas de sabão,
comer sem saborear suculentas açordas
feitas com muito esmero pela prima.

Porém, mais vos digo ter feito este poema 
ouvindo Birkin jurando q'era a Madona
imaginando-as numa dança de varão.
- Claro que varão rima c' sabão e tesão
daí dizer, creiam-me não sentiria pena
s'um dia a tivesse comido - era uma gatona.

Evidente que pensaram noutra "coisa",
mas "essa" é por onde sai toda a malta...
e malta não rima c' coisa, mas é verdade,
excepção de quem nasce de cesariana.
-Sendo esta estrofe em verso livre
rimo Deus com céus, e fico perdoado.


Cito Loio
Terminado a 19/03/2017
(Poemas sem data nem valor)

sexta-feira, março 17, 2017

Estará actual



Escrevi isto precisamente no dia 
17 de Março de 2013



Será que está... "ainda" actual ????????




Senhor Ministro das Finanças
(Seja quem for)

Fiz a 4 ª classe há mais de 50 anos, altura que muitos dos senhores examinadores da Troika usavam fraldas, mas adiante pois não foi para falar destes senhores que escrevo estas linhas mas para lhe dizer coisas tão simples que não necessitam de folhas de Excel, tais como…
- Gosto dos pais que sorriem porque têm emprego, das mães que acariciam os filhos porque lhes deram um copo de leite antes de os levarem à escola. Aprecio os condutores de BUS que se atrasam 30 “ para que as velhas (empregadas domésticas) os possam apanhar, e especialmente dos fiscais do Metro que me dizem ‘bom dia’ antes de pedirem o passe. Particularmente derreto-me saber que as gaivotas têm terra quando há tempestade no mar, tomar banho de água quente no Inverno, porque me basta uma vela para escrever (esta é do pensamento camoniano)
- Gosto dos donos dos carros que fazem stop para não atropelarem os cães nas passadeiras (!) ter dinheiro para mandar deitar 1 par de meias solas, comer uma refeição quente ‘dia sim dia não’, pão c’ azeite, linhas para coser a bainha das calças, e não ter de dormir num colchão de papelão debaixo dum qualquer viaduto (lá para as bandas da Trindade). Ao findar chegam-me 7 palmos de terra!
Como vê são coisas simples e comuns ao comum português mas que V. Exª ignora, não encontra competências para evitar o sofrimento e foi irresponsável ao aceitar um cargo sem ter a garantia de ser capaz de o desempenhar minimamente.
«3I’s» Ignorância, Irresponsabilidade, Incompetência, poderá ser a sigla dum futuro partido caso lhe passe pela cabeça fundá-lo, mas não pedirei para se demitir pois não me cabe esse papel; em contrapartida aconselho-o a ler este poema escrito por quem (teve quase tudo e agora tem quase nada) e continua a ser o mesmo homem. 
Talvez o ajude a compreender muitas coisas que com a sua CARA formação não obteve

Sempre a respeitá-lo


CORRESSE, BASTARIA

Comecei em criança traquina e feliz
ignorando da dor a matriz
por não contar voltas que o mundo daria;
- Corresse, a mim tudo chegaria.

«Pontapeia a bola Sebastião...
(...recebida no peito colocada no chão)
toma aí vai que grande bordoada
gooolo…esta é pa consoada!»

Pulávamos de peito qual contentamento
sob olhares de garinas, bola ao centro;
-à noite Pepsis na esplanada d’Apollo
sabendo-se lá com alguma no colo!

Mas o mundo girou e com ele girei
entre risos, tiros, lágrimas, gritei!:
«Tardas ó sonhada independência
q’ empedernida será por gasta paciência

Desconhecendo, certos arquitectos
por longe, q eram caboucos e tectos
desenhavam mapas de desgraça
para aniquilar o sonho duma nova raça

Rolou o globo, rolaram os meses
nas ondas sem parar, sangradas por vezes
ao limite permitido pela emoção
até ao dia que me ofereceram a traição

Recomecei, olhando-me adulto e infeliz,
nova revolução, a que nunca quis.
- Voando percebi, que jamais alcançaria
o que antes, apenas correndo bastaria.

Cito Loio

domingo, março 12, 2017

Para os que me têm seguido



D. XICOTE SEM MANCHA

Que exista em cada um e vós um D. Quixote sem mancha e que o vosso aio se chame Honra sem Pança



Deslizou em pé numa casca de cajú, perfeito sobre uma torrente lamacenta, imagem ímpar dum exímio surfista apreciando no alto uma estrêla cadente, e num gesto d'anca rodou 360 graus retomando o percurso rio abaixo dirigido aos esgotos municipais percebendo certa 'morte sem apelação. 

Apanhado na enxurrada, escorpião nú, desconhecendo o que era uma placenta ousara enfrentar 'mundo a perder de vista escapado a pisadelas de muita gente e fugido a cobras ratos e a lacraus.

Nesta guerra (vociferava) não encaixo  melhor dar a penantes fugir dos chacais antes que acabe empobrecido o chão!

Dos livros aprendera sem enganos terem os rios que correm uma só foz, cegos não verem, não ouvirem 'surdos, na época os mudos não falarem, à bicharada estar vedado direito a voto, e a ele, transformado ser rastejante restava apenas o caminho da salvação e partir em busca dum lugar seguro. 

E andou dias semanas meses e anos levado pelo vento nas asas dum albatroz vendo "manifes" c' discursos absurdos, até irmãos de sangue a guerrearem pr'um pedaço de terra erguendo o copo para brindarem com alegria hilariante, provocando-lhe amarga sensação ter-se tornado 'mundo um buraco escuro. 

Cavalgando vales estradas e montes, montado no seu ginete o Folgazão acompanhado por seu fiel escudeiro, Dom Xicote, e o conhecido Sempança, reparou que moribundo num varandim lhe acenava com todas as patas um escorpião que pelo nobre aspecto denotava, vivido, ter muito a contar. Com um aceno de "alto não desmontes" disse o escudeiro ao aio em claro vozeirão

Tardou mas dei com o seu paradeiro que este , sem usar espada ou lança lutou contra os que lh'estragaram o jadim sujaram oceanos alcatruaram matas enganando-os em simulações de afecto acomodando-os ao abrigo da luz do luar.

Uma lágrima escrava correu pelo chão. Desmontado, desobedeceu à ordem inicial tomando o escorpião com delicadeza.

Tomai senhor conta dele que padece talvez de amor ou de tristeza profunda tanta que o pode ajudar em vossa cruzada sem cobrança por prestada ajuda.

Atingido por incontada devastadora emoção disse, Xicote, q'em terras de Portugal batalhara-s'em tempos contra a pobreza.

Sempança mais além do que acontece segue servindo esta alma que se afunda pois derrota jamais a verás antecipada e por ti minha lança nunca se fará muda.
Tu, Escorpião, marcado fim na fogueira guarda até chegada a hora o veneno pois ora, diz-me o que percebeste pelos trilhos duma vida ao desvario, alertai'me prós perigos q'enfrentarei na tentação de encontrar minha Geleia ou se morrerei só no campo de batalha amparado o corpo pr'um serviçal
Maior são as trevas q'a pobre cegueira responde-te este mortal em tom ameno e da vida ficar-te-á o que colheste que o resto e como a chama dum pavio ardendo enquanto dura e tão dura a lei posta ao serviço de qualquer alcateia;_ por cá senhor cuidado com a canalha que late até numa noite de Natal.

Estala súbito silenciamento profundo e c'um revirar d'olhos Sempança suspirou, que pela ladeira da má-sorte findo arfar mergulhava o escorpião num gesto humano acenando inequívoco adeus de despedida provocando nos caminheiros breve soluço.

Dizei senhor se do caminho que resta igual sorte  esta vida me reservará.

No teu amanhã também me confundo o que há-de por vir ainda não chegou mas se for o teu este meu doloso penar nem 'Divino verá qual de nós o amo - Descansai q'acharemos a coisa perdida e com Vossa esta lança que aguço desbastarei surgida qualquer aresta q'apenas o tempo de viver vos impedirá 
Porém, matenha-se em vós a decência, aquela com a qual me tendes aconselhado a humildade declarada no papel de amo e o ideal que vos norteia desde a nascente _ acaso vos falte 'sorte por companhia em mim tereis, vosso servo, moeda de troca que a morte te dará o q'a vida me negou e ido recomendar-vos-ei ao Eterno.
Oh! dedicado servidor desde 'adolescência mil guerras enfrentarei aceite o pecado que no terreno que piso sem causar dano caminhareis um dia à minha frente. - Se morto dispenso-te seres causa minha enfrentares quem ignorante de ti troça e perdão reserva-o pra quem te insultou pois só c' pranto s'extinguira este Inferno.

Que não vos reste a historia amnésica numa pátria d'heróis e heroinas e em vós mesmo se quebrada a lança renasça a bravura marca da epopeia onde regentes pousavam de forma atlética provando favores de belas concubinas em danças de ventre umas já c' pança saborosos Javalis à hora da ceia.


Cito Loio
Terminado a 8 Março 2017

***Sem revisão dispensado o AO

 
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