Sinto-me ainda magoado, dorido, não apenas por fora que por dentro ficaram dores tamanhas que há muito enfrento sem que para elas houvesse remédio que pudesse achar.
Passageiro agredido e expulso de voo da United após erro da companhia.
Com o avião cheio, a companhia aérea americana queria transportar quatro funcionários e pediu a passageiros para saírem "voluntariamente".
Um dos escolhidos acabou por ser agredido.
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A somar a isto, temos a Coreia do Norte a Síria, ataque em Estocolmo, a resposta do Irão, aviso da China, o PE a lixar os países para manter o paraíso prós deputados, decapitações armas químicas, a diminuição da população portuguesa em cerca de 2,5 milhões até 2080, o aumento da esperança de vida para morrermos de fome ou sermos agredidos à catanada pelos filhos (não no meu caso que eles sabem que sou o único e melhor pai do mundo) afirmações despropositadas de políticos que não engolem derrotas, ofensas à dignidade dos povos do Sul, situação explosiva na Venezuela, industria farmacêutica a alertar para epidemias, jogadores de futebol a agredirem árbitros, claques quase transformadas em exércitos sem farda, comunicação social a transformar um murro numa cena de execução sumária, e se não chegasse, salvando-se no meio de tanta desgraça os afectos do Marcelo para com os sem abrigos.
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Face a tanta miséria, e colocando uma interrogação quanto à segurança na na visita do Papa a Fátima dei por mim a escrever coisas mais brejeiras...
Passos Coelho: O Porto é uma cidade que “está parada há quatro anos, a viver da herança recebida” de Rui Rio...
Excelso Senhor...
Primeiramente informo-o que vivo no Porto há 33 anos e nunca recebi herança alguma, antes pelo contrário, perdi o que seria meu por legado paterno dado que os políticos deste país preferiram destruir uma pátria a manter a independência política e financeira de Portugal, isto para não dizer que venderam a própria mãe.
Todavia e antes de falar do Porto para dizer o que disse, se é que o disse em consciência, ou se por mero interesse eleitoralista , "eu" que até fiz parte das listas do actual presidente da câmara, dr Rui de Carvalho de Araújo Moreira, aconselho-o a escutar esta música atentamente.
E para que não perca muito tempo digo-lhe antecipadamente que o Carlos era além de um grande homem poeta e músico, médico, nunca lixou financeiramente este país nem os pobres que votaram em si em 2011, e jamais, fosse vivo, venderia a Pátria.
Ataque na Síria; parece até prova que as imagens apresentadas nas TV's são fidedignas que morreram inocentes.
Sou contra tudo o que envolve a morte de pessoas especialmente envolvendo crianças, mas não é necessário tanta publicidade em redor do que se passou com o tal ataque que, e segundo fontes de quem o fez, fora atingido um armazém que continha armamento químico (talvez gás-sarin ou algo semelhante) o que me leva a questionar: . - Que raio de gente que tem isso num centro habitacional? - Porque existem crianças junto a estas zonas - Morreram quantas e foram vítimas deste bombardeamento ou são os tais danos colaterais?
. Recuei no tempo, num tempo que se faz longínquo e veio à memória outros bombardeamentos que não mereceram por parte dos "média portucalenses" nem do povo qualquer acto solidário para com as vítimas de então, o que me fez ir buscar algo que escrevera muito antes do ataque em Khan Sheikhoun.
NÃO OUSO
Pumpumpum, mais uns quantos estoiros, caças bombardeiros turbinas a dar gás levando estranhas mensagens de paz; _ morriam crianças? _ até morriam toiros!
Fardado de jovem, vestido d'azul e branco, evitava (escutando um projéctil que zunia ao mergulhar sobre o zinco em agonia) cuspir-me 'monta-cargas a novo solavanco.
Raiando o Sol, em tempo de útil repouso vinham vagas esmorecidas, confessar segredos retidos nas profundezas do mar trazidos em naus.- Desvendá-los não ouso!
Cito Loio Terminado a 17/03/2017 (Poemas sem data nem valor)
A 4 de Abril de 1992,falecia o senhor capitão Salgueiro Maia um herói que pegou nos tanques pagos com o dinheiro dos colonos, gasolina oriunda de cabinda, bem alimentado na messe de oficiais, vencimento três vezes mais elevado que o dum qualquer técnico superior de saúde na época, camuflado sem manchas da mata ultramarina, e, rumou heroicamente em direcção a Lisboa para derrubar o Marcelo Caetano, homem que as únicas armas que dispunha era caneta e a inteligência, numa Revolução Abrilista sem comparação na ancestral história lusitana.
Pois hoje se a memória não me engana vão 42 anos que separam o momento actual e a primeira vez que carreguei um Boeing 747 na pista do aeroporto de Luanda, fotografando ao vivo a cores com som e lágrimas os portugueses fascistas que retornavam à terra que os vira nascer, na sua maioria antigos militares que depois de cumprido o dever para com a pátria procuravam noutras terras do Império condição para viverem com dignidade dado que a metrópole era muito boa para passar férias no verão ou para os gajos que metiam o "Chico" andarem a pavonearem-se pelas ruas da baixa Pombalina mandando piropos às universitárias que com sacrifício dos pais, lá iam tendo money para estudar e para abanarem a bunda nas disco da capital, já que pelas "Caves" em Coimbra os estudantes eram todos Chés em que alguns também usavam barbas revolucionárias, outros tinham carapinha preta sem missangas já que esses artefactos era para o pé descalço dos bairros indígenas.
Sim, 42 anos me separa desse primeiro voo da maravilhosa Ponte Aérea duma Descolonização Exemplar, onde até muitos naturais escarumbas deram à sola para não serem fuzilados por crime de cumprimento de ordens de quem lhes proporcionava meios para darem sustento aos próprios filhos. Tempo suficiente para varrer toda a mágoa, esquecer a vilipendiada miséria vestida de fraldas, os lençóis esticados no chão da sala de embarque lavados em mijo, as canções chorosas entoadas pelas crianças tão apavoradas quanto os seus próprios progenitores, e o riso dos madiés guerrilheiros de calções que recebias as G3 benemeritamente abandonadas nos depósitos de armamento nos ignóbeis quartéis do exército opressor.
Mas a verdade, é que certas verdades não se conseguem transformar em mentiras, e mesmo estas são perpetuadas pela força do interesse financeiro, pecado original, quase tanto como Incesto da Criação; Caim matara Abel talvez por ciúmes, talvez porque queria a mãe só para ele, ou talvez porque, tal como o 25 de Abril, havia pecados que não poderiam acontecer. Resulta desde esse princípio do principio do mundo tal como nos impingiram, que a memória é traiçoeira e, quando julgamos apagada dela cenas horrendas, uma miserável notícia faz com que se avive e em ez de se apagar volte ao consciente, dando razão à "psicologia" e à filosofia. O Homem é um ser eminentemente social, e a sociedade a razão das guerras e dos crimes, não olhando à incapacidade de defesa dos idosos nem à inocência das crianças, razão pela qual súbito veio-me à memória o trajecto que fazia desde o aeroporto e o largo Diogo Cão junto ao porto de Luanda, o prédio da Cuca, a Apolo XI e o velho Liceu símbolo duma época gloriosa onde até o presidente da república popular de Angola estudou antes de vir, pobre, tirar o curso numa qualquer faculdade do país que ele combatia acerrimamente.
Mas nestas recordações não podia deixar de parte a imagem do Pitadas, um cão rafeiro, porte pequeno, pelo preto com um losango branco no peito e 3 pés da mesma cor (está na moda chamar menino aos perros), e a suas diabruras com as cadelas vadias, tão vadias como outras que circulavam pelo bairro das putas ou nas avenidas concorridas das cidades coloniais usando colares de rasca lata e mini-saias para mostrar convenientemente o presunto. E desse cão guardo no álbum da recordação fantásticas incursões por quintais perseguindo gatos, na caça aos pardais, ou simplesmente um relaxar de músculos para vencer a pasmaceira dos dias de férias passadas no cacimbo, que os desgraçados dos pobres no "puto" a única riqueza que tinham era férias grandes, 3 meses, passadas em pleno verão europeu. Claro que os nativos africanos nessa altura aproveitavam para dar uma escapadela para os países nórdicos que as loirinhas, segundo constava, gostavam de levar com o troço colorido grosso e teso.
De entre tantos disparates que escrevi, existe algo que para além de ser verdade é digno de um homem nunca se esquecer;_ nunca o Pitadas me mordeu...
NUNCA ME MORDEU
Descendo Av. Camões ao Largo dos Lusíadas
apontando para mim a velha Maria da Fonte,
ao repousar o olhar, mostras de testa franzida
à varanda, apartamento no Prédio da Cuca,
contava as ondas miudinhas da baía de Luanda;
_ de noite deixada para trás a Brito Godins
preterindo 'casa rumava decidido pelo Eixo Viário
estacionando a viatura no Largo Diogo Cão.
Esquecia Homero Platão - q' é isso de Tríadas,
Madame Curie, um Confúcio que andou a monte,
e sem toques de buzina na noite perdida
interrogava-me se um Macaco Velho se educa
estaria 'batuque na origem do fado e do samba
pelas lezírias alentejanas corriam saguins
se os frangos com camuflado eram de aviário...
...e o porquê de nunca me ter mordido o meu cão?
Cito Loio
5/4/2017
Iniciado precisamente no dia que se comemorava 25 anos da morte de Salgueiro Maia, e terminado no dia em que talvez o Pitadas tenha ladrado de alegria ao ver-me chegar são e salvo a casa.
1 de Abril, dia das mentiras resolvi oferecer-vos algo que poderá ter acontecido, ou talvez seja apenas mais uma história do passado glorioso em que só um matumbo como eu acreditaria ser verdadeira.
SEM GARANTIA
Forçado viu-se incapaz de estancar a revolta assistindo ao funeral dos seus conterrâneos que preterindo fugas por subterrâneos iam heróis de guerra sem garantia de volta. No entanto guardara na memória pedidos de socorro toques sem nada a ver com código Morse, mas da caneta escrevendo à consorte do amigo Sequeira, Pais, e do Zé do Gorro. Da densa mata guardara ainda agreste perfume, incómodos zumbidos da mosca Tsé tsé, arquitectónicos morros da formiga Salalé e no cacimbo Brandy junto brando lume conservando porém algo mais importante; _ negra carapinha num corpo de pele macia sedutor bambolear de ancas com magia e no escuro da cubata um grito arrepiante. Peregrinando, e ultrapassada dor a custo afagava tristezas com copázios de bagaço refrescando o desânimo sem embaraço aluguer de cama com pegas de flácido busto. Contando célebres combates pelas tascas prendia a atenção de atónitos ouvintes pouco mais jovens, mas como ele pedintes que ingeriam igualmente bebidas rascas.
Findo Outono Inverno Primavera era o Verão, tempo de férias no Portugal colonizador que as novas gerações fruto duma antiga dor estavam-se marimbando pró novo patrão e vinham esbeltas cabelos já desfrisados, algumas até com eles cor do benemérito ouro ostentando-se filhas dos donos do tesouro corteses vendilhões de barris classificados. Desfile em desfile numa gigantesca passerelle Wanda Prometeu ficava de todas a destoar que o seu sorriso enchia qualquer lugar e o andar digno duma nobre mademoiselle. Desconhecida tumba de mãe, paradeiro do pai, agradece a educação a uma família chinesa (vestes calçado e o que lhe oferecia a mesa) até que um dia teve esta de regressar ‘Xangai, fazendo-se contudo mulher de predicados expressando-se diligente em bom português, sedenta de conhecer alguns dos porquês de ser Europa atractiva à prática de pecados.
Aprendido inglês francês e até o alemão, fazia-se ainda jovem às pistas mediáticas deitando pró esquecimento cenas dramáticas ao aprender não existir futuro em 2ª mão… Descida em terras de bom acolhimento apreciando o aeroporto, sorriu, via-se feliz; _ não lhe escaparia um lugar de actriz ou não fosse como mulher um monumento. Rendeu-se lusíada terra à nova locutora percorrendo-o numa anunciada digressão tomando nome artístico “Wanda Leão” dizendo entrevistada nome da progenitora.
Escutando o dito na TV Rosalino estremeceu. O aspecto da rapariga era-lhe familiar como era inconfundível tão expressivo olhar, avivando-se-lho nome de Josefa Prometeu, transbordada a mente por rios de incredulidade, e perante gritos de “sangue do meu sangue”, deixou tombar a cabeça já inerte e exangue trespassado por cúpidas setas de saudade. Pode mais a vontade que seu parco recurso atirando-se o homem com destino incerto posta a dúvida se algum dia dela chegaria perto ou se o aceitaria no final do árduo percurso, e rompido um sábado em tarde solarenga quis o destino que acontecesse o encontro sem acautelar se Rosalino estaria já pronto para receber Wanda Prometeu de prenda.
Passeando com um amigo pela cidade do Porto resolvemos, chegados à praça dos Aliados tomar mos um café, e rindo descuidados escutei esta história pela boca de João Corvo. Tempos mais tarde, vestido na pele de Cito, partilho este conto percebendo-se afinal nem só de terror se viveu o tempo colonial, e a prová-lo, isto que aqui vos trago escrito.
As histórias nem sempre se fazem de incógnitas, e esta, por força duma mera casualidade, tinha marcada um final pleno de felicidade por haver quem ostentasse forças faraónicas, e corridos dez anos do café tomado com Corvo celebrava este a chegada de uma neta, de aparência, disseram-me, mestiça pela certa que só para gente vil constituiria estorvo. Tardou mas vim a saber que Segismundo casara com a filha de Josefa Prometeu, ela crente, ele declarado um convicto ateu nascido numa zona que chamavam Bailundo.
De narrações como a presente, assaz irrelevante, e que não posso garantir ser verdadeira, existem diversas ornadas da mesma maneira, mas que a memória só pelo silêncio o garante.
Demorei a decidir enviar um recado ao sr. 1° ministro sobre o desagradável episódio que envolveu o presidente do Euro grupo. Não consegui resistir.
Disse V. Ex° que o fulano em causa deveria pedir desculpa pelas afirmações dirigidas aos povos do Sul.Engano seu, senhor Costa, que ao contrário dos insultos, as ofensas não são desculpáveis, e fique sabendo que quem me ofende...ofende para o resto da vida.
Claro que este ponto de vista é de quem tem uma visão diferente da sua no que respeita à dignidade pessoal e colectiva.
Ao contrário dos nossos governantes não sou politicamente correcto, daí relativamente à afirmação deste sujeito ( e a ser verdade) apenas concluo que ele deve ter recebido uma foto da mãe deambulando pelo Intendente, ainda ele estava nos tomates do pai.
Gosto de copos, de mulheres, desconhecendo se porventura este iluminado não gosta mulheres pelo ar lunático aconselha-se umas visitas ao Magalhães de Lemos.
Mas ele tem alguma razão acaso se tenha referido a mim por isso ofereço-lhe este escrito pedindo a quem saiba e o conheça que traduza para língua de serpente.
GASTO POR CÁ
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Cresci sexualmente depravado
Satisfeito 'desejo em pachocas e umbigos
Granjeando o respeito de muitos amigos
Sem nunca Delas me ter fartado.
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Tropeçado em múltiplas esparrelas
Levantei o mastro em protesto
Que por vergonha só não conto o resto
Nem o q'escutava, sorrindo para Elas.
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Cansado vi-me, mas nunca me fartei
Obrigado a refrear lingua moca e dedos
Pois a carta velha dispensa selos.
.
Um dia, chegada a hora em que partirei
Sei que da vida apenas restará 'recordação
Gasto na terra suor saliva e a tesão.
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Cito Loio
Terminado 22/3/2017
Ah! Senhor Dusss qualquer coisa vá-se catar, e Delas e Elas vai em letra maiúscula por o "Je" tem um respeito quase divinal pelas mulheres .
Hoje, dia mundial da hipocrisia, desculpem o engano da Poesia, mesmo que não se escrevam poemas, gostaria de oferecer a todos que se riram de mim, me julgaram um palhaço vestido com juba, um pequeno escrito acompanhado duma soberba interpretação, num conto que no fundo reflecte com verdade a minha meninice.
E...ZÁS!
Queria regressar ao tempo q'era criança,
afrontar tempestades ao adormecer
acarinhado nos braços de nh'única avó,
escondesndo-lha dentadura postiça,
deliciar-me c'os suspiros da Natividade
e imitar no banho o tenor Mario Lanza,
Recitar!..Vesti la giubba, até enrouquecer,
ver as coxas da criada a limpar o pó,
jogar ao pião, escapulir afoito da polícia
ao vagabundear por becos da cidade,
dar por certo, no tempo, meus enganos
mudar a história d'amores sobrevividos
alterar o futuro vivendo-o na mocidade,
e num estalar de dedos reparando danos,
provar de novo sabores conhecidos
sentindo o corpo a brincar com a maldade.
Voltaria a cometer iguais desvarios
imergido nas águas dos mesmos rios;
_ sim, queria, pudesse, voltar atrás,
e quando todos dessem conta, eu...zás!
Cito Loio
(Perdoem as lágrimas vertidas neste poema sem data ou valor)
Fiz a 4 ª classe há mais de 50 anos, altura que muitos dos senhores examinadores da Troika usavam fraldas, mas adiante pois não foi para falar destes senhores que escrevo estas linhas mas para lhe dizer coisas tão simples que não necessitam de folhas de Excel, tais como…
- Gosto dos pais que sorriem porque têm emprego, das mães que acariciam os filhos porque lhes deram um copo de leite antes de os levarem à escola. Aprecio os condutores de BUS que se atrasam 30 “ para que as velhas (empregadas domésticas) os possam apanhar, e especialmente dos fiscais do Metro que me dizem ‘bom dia’ antes de pedirem o passe. Particularmente derreto-me saber que as gaivotas têm terra quando há tempestade no mar, tomar banho de água quente no Inverno, porque me basta uma vela para escrever (esta é do pensamento camoniano)
- Gosto dos donos dos carros que fazem stop para não atropelarem os cães nas passadeiras (!) ter dinheiro para mandar deitar 1 par de meias solas, comer uma refeição quente ‘dia sim dia não’, pão c’ azeite, linhas para coser a bainha das calças, e não ter de dormir num colchão de papelão debaixo dum qualquer viaduto (lá para as bandas da Trindade). Ao findar chegam-me 7 palmos de terra!
Como vê são coisas simples e comuns ao comum português mas que V. Exª ignora, não encontra competências para evitar o sofrimento e foi irresponsável ao aceitar um cargo sem ter a garantia de ser capaz de o desempenhar minimamente.
«3I’s» Ignorância, Irresponsabilidade, Incompetência, poderá ser a sigla dum futuro partido caso lhe passe pela cabeça fundá-lo, mas não pedirei para se demitir pois não me cabe esse papel; em contrapartida aconselho-o a ler este poema escrito por quem (teve quase tudo e agora tem quase nada) e continua a ser o mesmo homem.
Talvez o ajude a compreender muitas coisas que com a sua CARA formação não obteve
Que exista em cada um e vós um D. Quixote sem mancha e que o vosso aio se chame Honra sem Pança
Deslizou em pé numa casca de cajú, perfeito sobre uma torrente lamacenta, imagem ímpar dum exímio surfista apreciando no alto uma estrêla cadente, e num gesto d'anca rodou 360 graus retomando o percurso rio abaixo dirigido aos esgotos municipais percebendo certa 'morte sem apelação.
Apanhado na enxurrada, escorpião nú, desconhecendo o que era uma placenta ousara enfrentar 'mundo a perder de vista escapado a pisadelas de muita gente e fugido a cobras ratos e a lacraus.
Nesta guerra (vociferava) não encaixo melhor dar a penantes fugir dos chacais antes que acabe empobrecido o chão!
Dos livros aprendera sem enganos terem os rios que correm uma só foz, cegos não verem, não ouvirem 'surdos, na época os mudos não falarem, à bicharada estar vedado direito a voto, e a ele, transformado ser rastejante restava apenas o caminho da salvação e partir em busca dum lugar seguro.
E andou dias semanas meses e anos levado pelo vento nas asas dum albatroz vendo "manifes" c' discursos absurdos, até irmãos de sangue a guerrearem pr'um pedaço de terra erguendo o copo para brindarem com alegria hilariante, provocando-lhe amarga sensação ter-se tornado 'mundo um buraco escuro.
Cavalgando vales estradas e montes, montado no seu ginete o Folgazão acompanhado por seu fiel escudeiro, Dom Xicote, e o conhecido Sempança, reparou que moribundo num varandim lhe acenava com todas as patas um escorpião que pelo nobre aspecto denotava, vivido, ter muito a contar. Com um aceno de "alto não desmontes" disse o escudeiro ao aio em claro vozeirão
Tardou mas dei com o seu paradeiro que este , sem usar espada ou lança lutou contra os que lh'estragaram o jadim sujaram oceanos alcatruaram matas enganando-os em simulações de afecto acomodando-os ao abrigo da luz do luar.
Uma lágrima escrava correu pelo chão. Desmontado, desobedeceu à ordem inicial tomando o escorpião com delicadeza.
Tomai senhor conta dele que padece talvez de amor ou de tristeza profunda tanta que o pode ajudar em vossa cruzada sem cobrança por prestada ajuda.
Atingido por incontada devastadora emoção disse, Xicote, q'em terras de Portugal batalhara-s'em tempos contra a pobreza.
Sempança mais além do que acontece segue servindo esta alma que se afunda pois derrota jamais a verás antecipada e por ti minha lança nunca se fará muda.
Tu, Escorpião, marcado fim na fogueira guarda até chegada a hora o veneno pois ora, diz-me o que percebeste pelos trilhos duma vida ao desvario, alertai'me prós perigos q'enfrentarei na tentação de encontrar minha Geleia ou se morrerei só no campo de batalha amparado o corpo pr'um serviçal
Maior são as trevas q'a pobre cegueira responde-te este mortal em tom ameno e da vida ficar-te-á o que colheste que o resto e como a chama dum pavio ardendo enquanto dura e tão dura a lei posta ao serviço de qualquer alcateia;_ por cá senhor cuidado com a canalha que late até numa noite de Natal.
Estala súbito silenciamento profundo e c'um revirar d'olhos Sempança suspirou, que pela ladeira da má-sorte findo arfar mergulhava o escorpião num gesto humano acenando inequívoco adeus de despedida provocando nos caminheiros breve soluço.
Dizei senhor se do caminho que resta igual sorte esta vida me reservará.
No teu amanhã também me confundo o que há-de por vir ainda não chegou mas se for o teu este meu doloso penar nem 'Divino verá qual de nós o amo - Descansai q'acharemos a coisa perdida e com Vossa esta lança que aguço desbastarei surgida qualquer aresta q'apenas o tempo de viver vos impedirá
Porém, matenha-se em vós a decência, aquela com a qual me tendes aconselhado a humildade declarada no papel de amo e o ideal que vos norteia desde a nascente _ acaso vos falte 'sorte por companhia em mim tereis, vosso servo, moeda de troca que a morte te dará o q'a vida me negou e ido recomendar-vos-ei ao Eterno.
Oh! dedicado servidor desde 'adolescência mil guerras enfrentarei aceite o pecado que no terreno que piso sem causar dano caminhareis um dia à minha frente. - Se morto dispenso-te seres causa minha enfrentares quem ignorante de ti troça e perdão reserva-o pra quem te insultou pois só c' pranto s'extinguira este Inferno.
Que não vos reste a historia amnésica numa pátria d'heróis e heroinas e em vós mesmo se quebrada a lança renasça a bravura marca da epopeia onde regentes pousavam de forma atlética provando favores de belas concubinas em danças de ventre umas já c' pança saborosos Javalis à hora da ceia.