domingo, setembro 04, 2016

AFINAL VOLTAVAM DE PANÇA RECHEADA

Porque me traíram sem aviso prévio hoje reclamo de mim a ingenuidade de ter entregue as armas em vez de disparar contra quem me pagava magro salário enquanto a outros fornecia senhas para combustível, repasto na "messe de "capitães" e prostitutas nos hotéis situados nos paraísos duma democracia que se veria "più tardi" corrupta...
...e o que mais causa receio nesta foto é o soldado deitado no chão empunhando uma arma enquanto civis dialogam com os "soldadinhos de chumbo".



VI NASCER FLORES
(AFINAL VOLTAVAM DE PANÇA RECHEADA)


Sem germinar floriram em rocha fria e dura
cravos despontados nos canos das espingardas,
originando desalojados c' lágrimas já em fuga
escutando a imbecilidade bramar às armas,
conhecendo q'apontarem a u' Homem indefeso
tanques dirigidos por militares garbosos,
mandatáros de quem saíra de certa guerra ileso
passeando folgado longe de turras perigosos.
- E eu, vi garotos opados de gravatas vermelhas
fugitivos levando prudente 'mêdo na bagagem,
arrombadas portas e janelas telhados sem telhas
e até viajantes que não pagavam a passagem!
_ muito mais tenho guardado para mencionar
assim o tempo que passa me dê prazo e lugar.

Chegasse todavia uma vaga de perfume africano
inundada de mesclados odores de nha gente
reparando tempos em que me viram insano
rasgaria 'versos:_ sobre o que nos apoquente,
que por terras de loiros alguns d'água oxigenada
só saciei desejos à base de rápidos orgasmos
pensando um dia, pelo toque mágico duma fada,
ressuscitaria a amada aceite os pleonasmos, 
e um dia lançarei todos 'meus erros ao inferno,
frases apalavrando o que não quero admitir 
pois neste país 'Outonos precederam o Inverno
que 'nha febre era doença que teria de omitir,
e justo à proa dum navio que se fará ao largo
mentalmente aliviar-se-á este pesado fardo.

- Porém o já vivido da memória não s'afaga
nem c' ferramentas a dor de ver-se confundido
por ter perdido um ente querido se apaga,
sem monstrar penitência por ver-s'arrependido.
- Afinal 'flores sempre nascem nos canos d'aço,
tanques têm lagartas, dúvidas q' aqui desfaço


Cito Loio
01/09/2016
Primeiro escrito de Setembro 
(Poemas sem data nem valor)


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