sábado, agosto 20, 2016

NÃO MUDO

Decididamente sou contra o acordo ortográfico, a adulteração da história do povo português, borrar da memória os factos heróicos, negação da minha ascendência jamais privando-me de expor orgulhosamente a força da mina raça. Da mesma forma que na vida enfrentei as adversidades que o tempo foi colocando, assim estarei, a seu tempo, preparado para enfrentar o último adversário. Nesse momento quero ter a força suficiente para dizer, sem confissão, leva o corpo que a alma jamais a ganharás. 



Decididamente sou, e desde o início, contra...





 NÃO MUDO


A palmadas de uma professora com categoria aprendi que no alfabeto o A precedia ao B, ter o vocábulo Perspectiva um C antes do T;_ fui aprendendo, e fui estimando sem acordos cambalhotas com heroínas armadas em tordos, e a braços com um motim assente em devaneios vi aniquilada a esperança a gente de parcos meios fugindo na descolonização, que o tempo urgia.

Por tal embarquei centos de pesados caixotes altas horas por madrugadas demais perigosas, que num certo golpe não proliferaram rosas, as crianças carpiram por desconhecida razão já que ingénuas só mostravam medo ao papão;_ e eu, dançando ao som de balas caídas no zinco, dizia:

Sossegue minha mãe que já nem as sinto, os militares da metrópole são bons rapazotes

Ratatatata bumbum – e de facto nunca me despi ou mudei a roupagem afim de evitar assaltos, mas perante temporais arrepiantes nos asfaltos fez-se luz vendo outrora no Cabo das Tormentas avisos aos detractores (vós levareis nas ventas que outros antes se renderam ao bravo Lusitano) ignorando à posteriori rasgar-se na euforia ‘pano. Vindo o acordo (séculos depois) hei-me aqui para dizer em português

Não é desta que mudo mesmo desterrado, que a língua é minha desde puto.



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