terça-feira, fevereiro 10, 2015

Quantas foram as vezes...

Quantas foram as vezes que em 1972 cantei balada pelas praias da Ilha de Luanda.




VOLTAR A SER FELIZ

Gostava que m’açoitasse ‘minha prima Rosa
praguejando:- Tia, comigo este não goza…
…banhos de mangueira, na mão uma gasosa!

Descalço, classificar as conchas da praia
acenar aos chimbiqueiros, vai um mergulho!
_ secar roupa no corpo espreguiçado no areal,
binóculos em punho, ver tráfego na Marginal
tu sorrindo, e já afastados do barulho
subir-te maliciosamente a bainha à saia
e…pum pum, brum brum, contar os rateres
assistir a corridas no Largo Diogo Cão
dois copos de cerveja – sai um café
entre acordes dum «ai bate o pé bate o pé»
repetido o estribilho afinado o violão
sem fífias, ir parar a uma turma só de mulheres,
e da esquina, à antiga rua Sá da Bandeira
ir-me num andar semelhante ao teu
desfrutando a vida no Machimbombo 22,
rabejando na Maianga uma junta de bois,
descer vertiginosamente a Rampa do Liceu...
...vivermos outra vez de igual maneira

Corrido ao palco o pano voltar a ser feliz
Executando (un demi pliê) no Aviz,
mas diferente foi o que a fortuna quis


Cito Loio

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