segunda-feira, maio 09, 2011

Algum dia ...!

Algum dia publico em livro o poema completo!

95º

E do sofriment’á clausura’em que votei tremente corp’ond’habito
pouco mais restará, c’a saudad’escassa dos tempos de fidalguia
tontas loucuras que me destronaram, batalhas duma vida sem par
sonhos por sonhar perdidos no meio doutros tantos pesadelos,
partidas em foguetões de velas amarradas por fios de cabelos
que se foram enleando nestas mãos, á força de tanto descuidar;
desejando voltar ao princípio, saindo’á procura duma vida mais’adia
pra ganhar o que merecesse, pouco mais seria c’um amor restrito

96º

Assim, a cada bocejo tímido largo no mund’um gesto de ternura
piscar d’olhos atirad’ao sono entre as contas duma prece fugidia
sinal da cruz honesto, quem dirá se por um acto d’arrependimento
ou o abandonar da luta sabendo c’esta batalha ainda vai a meio;
quando o dia teimosamente teim’em’esconder-se na noite sem receio
revelam-se fraquezas bramidas, bandeira desfraldad’ao forte vento
descobre-se já exausto que só no sonho das chagas a dor se alivia
e nele se confessa, toda a mágoa e o orgulho que há tanto dura

Cito Loio

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