PELA TERCEIRA VEZ
PELA TERCEIRA VEZ
Fiz-me nascido cavalheiro a meu jeito, mas desembestado evitei querelas, e ao rebolar seguro por corpos sedutores escutei vãs palavras ditas sem sentido rangendo os dentes com poucas cautelas. Um dia porém, vinda a noite traiçoeira, vestiu-me o luto pela segunda vez, e banido o desespero afagada a revolta coloquei em lápide o sobrado da fé que o silêncio aludiu a um novo destino pois o original para mim já se findara numa terra sem ‘nome posto em tabuleta. Tarde, sentado no banco da velha praceta confessei a um cão que por ali passara de futuro aprender a cantar outro hino, e que voltaria a caminhar pelo próprio pé instruído do fenecimento não haver volta. Por identificação afinal era português!.
Nas costas alguém disse, não foi a primeira, a mãe de Jesus tomando o lugar delas, que me levou a vestir roupas sem sentido recebendo ordenações de impostores que se serviam de homens sem mazelas, e nunca ousaram às balas dar o peito. E fui tentando perceber diferentes ganidos. Mas também deles dei sumiço no dicionário, pois na minha língua falava-se com rigor que a mentira já fora banida pelo desprezo.
Vinda certa madrugada paguei alto preço. Por avenidas não só sofria com o calor mesmo acelerando o motor no “eixo-viário” e revoltado ao ver os meus, por outros banidos, concluí ser o Hino um fado metropolitano os outros "dois efes" perigo para a liberdade, novos barões usarem longas cabeleiras.
Culpando-me na ponta da ilha das asneiras, sustento da minha ingénua lealdade, duvidei se me deixariam um dia ser angolano.
Quis a desventura, no ano de setenta e seis poder assinar por opção ser português!
Longe “enterravam-me” mais uma vez num luto que não era só meu, não duvideis...
Memórias do Inácio
Cito Loio
28-29/4/2017
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