segunda-feira, fevereiro 17, 2014

A COR DA VERTIGEM

A COR DA VERTIGEM 


Eternidades passei desde então
partindo sem Caravelas à descoberta
enfrentando monstros marinhos,
e apagada a última revolução
executei rainhas de porta aberta,
sem dote real, visíveis pergaminhos.
_ e do berço registos inesquecíveis
nem memorial de nomes possíveis

Por renovado mares iguais ondas
lavraram-me, marujo, óbito
sem nunca chorarem o defunto,
enquanto desvairado a contas
com a dúvida, afastei o q de mórbido
eternizava a dor calando fundo,
desconhecendo quão era fascinante
amar u' sonho, torná-lo amante.

Reembarquei c' Vasco da Gama
por Índias ao Médio Oriente,
Américas, Oceanias, e nesta Europa
percebi-me uma espécie estranha
perante olhares ao q era evidente
das esplanadas a trilhos em rota,
incapazes questionarem da cor origens
razões que provocavam vertigens.

Substituindo remos por sofás
virei meio século de Marte a Saturno,
anelei do firmamento elos du' prisão
sem paredes, evitando voltar atrás,
recordar tempos d'Imperador nocturno
tirando dos fracassos prenhe lição;
_ majorado, e homem já conseguido
abri o peito sem chorar o perdido.



Remate

Repousando num colo revitalizante
fitado por quatro olhos cristalinos
entendi arquivado meu auto de culpa;
_ findo calvário daí em diante
incumbi-me de inventar novos hinos
e desprimorando quem insulta
evoco para mim honra d'Egas Moniz
restando prova miscigenada deste país.


Cito Loio









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