Para nha KIM CARMO
Vamos fazendo as nossas confissões mais íntimas,expurgando fantasmas, revivendo momentos de sã loucura
Faz 40 anos que dancei pela última vez com a Kim Carmo Baião , não no palco do Aviz, ou na festa de finalistas do Salvador Correia, mas nas areias escaldantes da praia do Tamariz
.
Por ela e para ela, um dos mais difíceis e dolosos poemas que escrevi
PARA KIM
Acesos os holofotes, brilhando
estival 'fevereira' noite de folia,
brutais sons 'batucantes', delirando
vi negra aloirada, não dormia
e volteando-me com passos de magia
girei num palco de cinema
_ saltava ela - calmo percebia
soltas páginas dum pobre poema.
« Faz uma letra para esta dança
com sorrisos de valsa fecunda
para abraçados numa eterna aliança
contornarmos a próxima rotunda!
_ diz Cito, haverá traição
ter por escondida liberdade fé?
-Já se afunda esta espécie de nação
por remar contra a maré
não vendo doutos dirigentes
que vindo, ventos do frio leste
trazem c 'ideologias, doentes
e canhões infestados de rubla peste...»
Jetê, rodopio, anda, atura-me
diminuto palco para tanta euforia!
« Vê esta espargata...segura-me,
deixa-me sonhar a independência
rolar na praia dormida na areia
mostrar-me à indecência
desnudar-me d' escamas, ser sereia...»
Escurece a sala caídas as letras
dum poema antigo q não terminou;
_ no céu, loira, entre estrelas pretas
luze a dançarina q mais m' encantou
Cito Loio
Para ti e tão imortal como esta música
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