quarta-feira, dezembro 26, 2012

MILAGRE CHAMADO SOLIDÃO


O poema que ilustra o conto de natal é a minha homenagem singela aos romancistas desconhecidos ou os que têm sido desprezado por estes novos letrados pós Abriladas

MIGALHAS NO CHÃO
(Homenagem ao romancista desconhecido)


Decepem-se-me (e se minto) os pulsos
seco seja o sangue e q não reste nas veias
por dizer q romancista encontra impulsos
para urdir contos c’ fantásticas teias

Porá neles a dor disparando contra ‘lamento
rasurando folhas borradas de branco
e se aconselhado q na língua tenha tento
introduzirá apaziguado na prosa o canto

Inventa ao VI capítulo personagem poética
genocídios na vigésima carruagem
vende-nos inspectores falhos de ética
ou formação na arte d’ actuar c’ coragem

Deixa o assassino, não por mero engano,
escapar às garras da traiçoeira justiça
aumentando o livro só em tamanho
disfarçado o revisor c’ cabeleira postiça

Cansados, quando menos se espera
muda capítulos, cria uma nova figura
em que o leitor confuso desespera
ao não lhe encontrar sequer servidura

E quase no final dum Nobel romance
lembra-se súbito q faltavam as donzelas
virgens, candidatas a (certo) amante
juiz conselheiro mui dado a escapadelas!

Concluída e relida sua mediática obra
com pompa para a publicar tudo fará
contratando uma editora que cobra
ao otário, pelo q este nunca venderá!

Assim é, vida sofrida dum bom escritor
obrigado a mais de uma profissão
q esta dará pa comer, caro leitor
quando muito, as migalhas do chão

Cito Loio









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