sexta-feira, julho 06, 2012

JÁ PRONTA...?


QUE ESTEJA PRONTA


Conhecida se condene toda a malvadez
e nunca da história s’ apague a morte d’ Inês
que o amor se quer puro e sublime
como do Poeta s’ exige q’ em verso rime

Evocando, a Cristo, do alto duma carpa
arranquei da carne a última farpa
troféu dum passado, inglório sofrimento
toldado que fora o discernimento

Dizendo dilacerado, Maria, vezes sem conta
outras tantas gritando pulmões ao vento
cedido, supliquei às sombras do firmamento

rogando que na terra se fizesse pronta,
lavando deste meu corpo restos de sangue,
manchas herdadas dum tempo distante

(Se por ela esta prece não for atendida
faça-se vontade e minha morte não seja assistida)

Cito Loio
5 a 6 de Julho 2012


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