Fosca-se
POEMA PARA UMA VIDA
Brindei-me com pendão de candura,
fiz do tempo toalhas para banquetes
e entre mergulhos no areal da praia
braçadas no mar por ondas c’ espuma
cacei pirilampos c’ batôn ao entardecer.
Perigado sem desaproveitar infância
ganhei jogos de macaca e cabra-cega
erguendo taças de fresca limonada
sorvetes de manga, tremoço, ginguba;
_ marisco e cerveja estranhava paladar
Tardaria a primeira dilecção carnal
que paixões solapadas davam fartura;
_ hora de esgalhar duro e teso bicho
molhadela no lençol ?– Só sem gemidos
que ‘velhote dormia no quarto ao lado.
Levantada a gelosia da juventude,
coçando jeans por esplanadas dos cafés,
apreciava bundas de rijas cachopas
(magalas pendurados n’óculos escuros
cantante a pilhas sobre os ombros)
Chegava hora de perder a virgindade,
sepultar ‘adolescência em tenras coxas
lavar o corredor a pano com saliva,
içar ‘mastro dar de provar baunilha…
natas a enfeitar o «pai da humanidade»
De passagem por um insondado túnel
pisados palcos, já investido d’Homem
saquei notas dos cornos de um touro
numa garraiada, e sem pagar impostos
que tal ficava ‘cargo de nha progenitor.
Numa última queima arrecadei o boneco
rasgando os cheques da dependência.
- Pousadas Uzis e Kalash's pegava na G3
para espalhar c’ cinzas sonhos que tivera
desconhecendo quão dura seria a luta.
(Sem retorno, escondi por terras do bravo
lágrimas pra que delas não fizesse alarde)
Cito Loio
(Poemas sem data nem valor)
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