sexta-feira, julho 24, 2015

FINDO O CONTO MÃE





FINDO O CONTO MÃE



Hoje, caída intempestiva carga d’água

não vi levar tristezas em que m’afogo

nem branquear ‘negro desta mágoa

invadindo-me se à paz ajoelhado rogo



As pingas, num gotejar já solene

molham ao vento com emoção

os sonhos em que à noite me perco

sem orar c’ bíblias – contas dum rosário,

e num desejo simples, seguro o leme

coloco lenços à janela da escuridão

espanando o amor quando me acerco

meta à vista deste viver solitário



Hoje mãe, estende do céu macio xaile

para que possa finalmente adormecer

cansado de vaguear por tanto baile

sem que ninguém me quisesse prender.



- Avisa Carmito que será mui pronto

ter-me a seu colo, findo o último conto…




Cito Loio

Inácio

2015

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