sexta-feira, janeiro 30, 2015

SEM LENÇOS A ACENAR



(Poema dedicado a ti, que me conheces bem do tempo da Gajajeira)



SEM LENÇOS A ACENAR

Quantos caminhos pra felicidade
vimos transformados em atalhos
ladeados por acácias caducas
ramagem seca, tapetes gastos
orlas de um rio de leito seco
afastada a foz, longínqua 'nascente

Quantas casas deixámos destruídas
tectos que não serviram d’abrigo
num Inverno feito duradouro
entre um Estio de curta duração
Outono de folhas sujeitas à chuva
e uma Primavera a esgrimir flores

Quantos filhos ficaram por conceber
mães que morreram d’antecipação
mulheres incumpridoras de sua sina
com homens prescindindo d’história

Neste canto singelo a tudo choro
Menos às saudades da saudade
pranto guardado para a despedida
sem lenços a acenar, o rosto a sorrir


Cito Loio
(1973,Inácio)
Recuperado Janeiro de 2015

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