sexta-feira, novembro 01, 2013

Por Ele...

Hoje, sexta-feira, 1/11/2013 faz 60 anos que Carmito faleceu.
Poderia contar algo sobre a defunta mas quero prestar uma homenagem ao seu marido, pelos 41 anos de viuvêz, por esssa travessia no mar de dor em silêncio, demosntrando o quão inimaginável é a servidão e a dedicação humana.
Apagando da memória tudo o que separou, (Inácio e Manuel) relevando o que os distinguia, hoje, perante o mundo reconheço ser filho dum Grande Homem.


POR A NÃO QUERER REPETIDA

Solicito atenção para esta mirabolante história
sem caravelas, talvez com alguma glória
já referenciada pela soberana pena do Poeta
sem varinha mágica, no tempo profeta!

Tijolo com tijolo já homem construiu 'sua casa
colocou de cobertura um telhado de vidro
paredes c' janelas se persianas ou grades
na dianteira uma porta franca à saída
e sentado num sofá d'esteira apreciou estrelas
_ chegado tórrido o verão velejou nas calemas
sentiu o cacimbo e pouco agasalhado
arrumou o barco anzóis chumbos e canas
assobiou ao rafeiro brincou jogando-lh'um pau
e sonhando o futuro, esqueceu a guerra;
_ depois vindo em alcateias pela noite calada
as feras armaram tendas, roubaram-lhe a paz
e num golpe repentino, estocada final
lançaram ondas aos castelos feitos n' areia
arrasando as cubatas da sua miscigenação.
-Acorrentado por inquebrantável jura
ancorou o pensamento num porto já destruído;
_ esquecendo-se da terra, amigos de escola
resistiu às ofensas, acusações condenas
por ter nascido do outro lado do equador
e ostentar invejável lisa farta cabeleira negra.
-Um dia sem dia sem sol dos projectos despojado
partiu à hora marcada desesperançado de retorno
levando o que a natureza à nascença lhe dera
recebendo da pátria por reforma o esquecimento
corria 1994, a 16 do pequeno mês de Fevereiro
notada apenas co' ausência a fria chuva
dispensando 'adeus - morria um Homem inteiro
abatido pela lei dos cadernos eleitorais!
-Desconhecendo o mundo ficara empobrecido
não vendo que o poeta (cantando) perdera raízes
e agarrando os frutos q à terra até então lançara
pagou c' sofrimento a falta do amor paternal.

Contei-vos esta história que não quero repetida
e aplicada a catarse, escrita sem amargura
questiono se alguma vez venha a ser lida
como prova duma saudade q há tanto dura...

Cito Loio
30/10/2013

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