Funeral da loucura
FUNERAL DA LOUCURA
Decretou sem delongas
suspensa ‘ansiedade
q contra estranha insígnia
não faz glória;
_ agastado (disse no céu) com
frontalidade
não existir arma q sirva à
vitória.
- Querido por amante terminou
amigo
entre carícias sustidos
desejos
confessados ao luar, num lago
antigo,
arborizado à noite com
frondosos beijos!
Os cachorros uivavam já
partia,
o comboio a ponto de
descarrilamento
q o maquinista vira morcego à
luz do dia
e ela senhora, jubilava com
momento!
- Perdido no vazio ainda por
desconforto
restou-lhe por companheira a
solidão
visto perceber-se pensamento
absorto
por indefinida destrinça,
viva confusão.
Seguiu correndo com o
prejuízo.
- Deitado, fez-se Inverno,
ele combalido
lutando fisicamente, fora do
juízo
travando no final, por já
convencido
_ armado de pena remeteu-se à
escrita
deslizando por palavras
escalou o verso
sem que a soubesse aflita.
- O amor viu de todo ser
controverso
Quantos erros, quanta má
fortuna
teve por pecúlio sabendo-se
nascido!
_ Quantas vezes evitou à alma
desterros
e quantas se salvou depois de
perdido!
-Pela noite conversando com
estrelas
(astros que calados o ouviam)
e às mágoas pareciam
compreendê-las
algumas, por certo lhas
sentiam!
Tomou de sérios filósofos,
até Pavlov,
discutiu tratados com pseudo
sumidades
na certeza de os saber pelo
tempo off.
- A loucura não escolhe
idades,
e como na lenda dum certo cão
italiano
foi presente, e foi
permanente
guardando da dona
ano-seguido-ano
a esperança dum olhar frente
a frente.
Não tendo Deus poderosos de
auxílio
questionou: Que faço que já
me afundo!
_ longe ainda de um segundo
exílio
ganhou de prémio silêncio
profundo.
- Entorpecido escorraçado
rafeiro
deitado sob um telefone que
se deteriorara
viu, no tempo, fundir o
último candeeiro.
- Morria à causa do que a
loucura não apagara!
Cito Loio
24 a 28 /1/2013
Sem comentários:
Enviar um comentário