segunda-feira, maio 21, 2012

Com África até à morte...!

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Manuel, “o Lei” do meu 1º romance, faria neste 25 de Maio 84 anos; pela diferença declarada, por tudo o que nos separou, este é o meu poema de homenagem
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NASCIDO A 25 DE MAIO´

Fez do século vinte seu universo
projectando múltiplas certezas
num museu vivo sem diploma
registo carnal de duas vontades;
_ e mostrou ao longo do progresso
honradez, congelado q' foram tibiezas
ao destruir os cristais da redoma
q’ o aprisionavam, livre de grades

Retornado à pátria mãe, tarde
gemeu em silêncio, e sem alarde
teve no primogénito ataduras
já sem força para rupturas.

Sujeito `única arma que não enferruja
sem chiar, numa vida solitária
percebeu ser impossível ‘recaminhar’
na exacta medida q’ ia envelhecendo.
-Ao piar trágico da coruja
lendo uma bíblia imaginária
perguntou a Deus s’ era hora d’ embarcar;
_ sem resposta foi perecendo

Findou-se no país que o viu nascer
o mesmo que o vira padecer
legando bibliotecas de dignidade
a quem escreveu estes versos de saudade.

Cito Loio

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